• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Suicídios aumentaram 10%

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,986
Gostos Recebidos
346
Suicídios aumentaram 10%

ng1201656_435x190.jpeg



Em 2011, suicidaram-se mais 53 do que no ano anterior. Só na Polícia houve 19 casos desde 2010.

Professores também são profissão de risco.

João (nome fictício) usou a arma de serviço para se matar nos balneários da Esquadra de Trânsito de Coimbra.

Foi um dos onze polícias que se mataram no ano passado. Já em Janeiro deste ano e no espaço de três semanas, duas professoras da Secundária D. Maria, em Coimbra, puseram fim à vida.

São casos que reflectem uma tendência de aumento do número de suicídios.

Só no ano passado, mataram-se 1.208 pessoas: mais 53 do que no ano anterior e mais 110 do que em 2009. Dados do Instituto de Medicina Legal (IML), mostram, aliás, que nos últimos três anos os suicídios aumentaram 10% em Portugal.

Os idosos entre os 75 e os 79 anos são os que mais pesam nestes números. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2010 foram 120 os que se mataram: mais 18 do que no ano anterior.

Casos na PSP triplicam

Nos últimos dois anos, 19 polícias puseram fim à própria vida. Só na PSP, o número de suicídios triplicou.

Em 2010 foram três os agentes daquela corporação que acabaram com a própria vida, enquanto no ano passado foram sete – o número mais alto desde o início da década.

Todos eram homens, nove usaram a arma de serviço, mas a maioria escolheu morrer na sua própria casa.

Só dois se suicidaram nas esquadras.

No mesmo período, a GNR registou nove casos de suicídio: um deles cometido por uma mulher.

«Só um ocorreu dentro das instalações da GNR, mas fora das horas de serviço», explica fonte daquela polícia.

Dos nove militares, sete tinham entre 31 e 36 anos e pertenciam às patentes mais baixas: três eram sargentos, três cabos e três guardas.

«Os problemas financeiros estão quase sempre na origem destes actos», comenta Paulo Rodrigues, presidente do maior sindicato da PSP.

«É uma profissão mal paga e com muitos riscos», diz o sindicalista, preocupado com o efeito que os cortes da austeridade possam ter na classe.

Professores em stresse

José Carlos Santos, da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, avisa que a crise pode fazer estes números crescer ainda mais e lembra que «profissões com acesso a meios para o suicídio são sempre consideradas de maior risco».

É o caso de profissionais de saúde, «com acesso a drogas e produtos tóxicos», mas também de agentes policiais, que todos os dias manuseiam armas.

No caso dos professores, o stresse e a violência do meio escolar podem ser detonadores de tendências suicidas.

«A indisciplina dos alunos e o ambiente da escola provocam um desgaste tremendo que pode deixar ainda mais frágil quem já tem problemas em casa», comenta Ana Grancho, da Associação Nacional de Professores (ANP), que não tem, contudo, números sobre o suicídio naquela classe.

«Não temos dados sobre isso. A única situação de que tive conhecimento foi através da linha SOS Professor e foi tratada com sucesso por um psicólogo da associação».

Ernesto Paiva, director da Secundária D. Maria, em Coimbra, também hesita em fazer a ligação entre a profissão e o suicídio de duas professoras de Biologia, que se mataram em Janeiro.

«Uma delas tinha acabado de voltar de uma baixa psiquiátrica prolongada.

Voltou ao serviço na sexta e na terça matou-se», conta o director, que não viu sinais de alerta na segunda docente. «Era amiga da outra colega, que estava com uma depressão, mas nada indicava que pudesse fazer o mesmo».

O caso deixou em choque aquela que é considerada pelos rankings a melhor escola pública do país e levou o director a pedir à Sociedade Portuguesa de Suicidiologia para intervir.

«Fizeram algumas sessões para professores e pais e estão agora a dar acompanhamento aos alunos».

Já em Dezembro o suicídio de uma docente impressionou o país. Márcia Santos, de 34 anos, atirou-se de um viaduto da A24 (Vila Real) com a filha ao colo.

A bebé de 22 meses escapou com vida, mas a docente contratada que ficara este ano lectivo no desemprego não resistiu à queda de 40 metros.


SOL
 
Topo