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10% dos postos de abastecimento podem fechar em 2012

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10% dos postos de abastecimento podem fechar em 2012

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Desde Janeiro, já fecharam 40 bombas de gasolina em Portugal e até final do ano poderão ser mais 250, segundo a Anarec.

Queda de receitas fiscais do sector pode abrir buraco orçamental de 200 milhões

Cerca de 300 postos de abastecimento de combustível poderão fechar até final do ano em Portugal e colocar no desemprego mais de 2.500 pessoas.

Este é o efeito esperado pela associação do sector, a Anarec, da combinação da recente subida para máximos históricos da gasolina e do gasóleo, a par da deterioração da situação financeira das famílias portuguesas que vão agora atestar menos vezes as suas viaturas.

«O sector está no limite da sobrevivência», diz ao SOL, Virgílio Constantino, presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis.

Desde o início do ano, já encerraram 40 postos de abastecimento e, até final do ano, poderão fechar portas 250 a 300, ou seja mais de 10% do total da actual rede de postos, diz o responsável.

Em risco, estão cerca de 2.500 postos de trabalho, uma vez que, em média, cada gasolineira conta com oito funcionários.

A forte retracção do consumo das famílias (que deverá cair quase 10% em 2011 e 2012) e os elevados preços dos combustíveis nos últimos meses (a gasolina sem chumbo 98, por exemplo, está já a 1,89 euros por litro) estão a esmagar as margens das empresas que gerem os postos e levar muitas à falência.

Nas zonas de fronteira a situação é especialmente grave, salienta a Anarec.

A carga fiscal em Espanha sobre os combustíveis é mais baixa e está a levar muitos portugueses a viajar quase 100 quilómetros para atestar o depósito.

As diferenças entre Portugal e Espanha chegam a atingir 20 a 30 cêntimos por litro.

Fuga para Espanha

Virgílio Constantino refere que o agravamento dos impostos em Portugal e a maior disparidade fiscal com Espanha está a desviar o consumo para o país vizinho não só de combustíveis, mas de outros produtos, nomeadamente de supermercado e medicamentos.

«Cada vez mais famílias e pequenas empresas portuguesas vão abastecer os seus automóveis a Espanha e aproveitam para se abastecer de outros produtos, o que está a arruinar o comércio e a distribuição das áreas fronteiriças».

Sobre as grandes empresas e transportadoras: «Essas, há anos que abastecem em Espanha», refere.

O negócio do sector dos revendedores dos combustíveis em Portugal movimenta 7,2 mil milhões de euros por ano – cerca de 5% do PIB nacional –, e emprega 16 mil pessoas de forma directa e mais de 60 mil indirectamente, de acordo com dados da Anarec.

O sector é também uma fonte apetecível de receitas fiscais, já que metade do preço pago pelos portugueses nas bombas vai para o Estado através do IVA e do ISP (Imposto sobre os Produtos Petrolíferos).

Todos os anos, são mais de 3 mil milhões de euros em receitas fiscais.

Desvio orçamental

A queda de clientes e consumo dos combustíveis em Portugal irá afectar as contas públicas.

No Orçamento do Estado para 2012 (OE2012), o Governo estimava uma queda de 1,9% nas receitas do ISP (uma perda de 50 milhões de euros).

Mas a descida poderá ser muito maior, porque a economia está a contrair de forma mais profunda do que o esperado.

Só em Janeiro, as receitas do ISP caíram 9,3%, ou seja a um ritmo quase cinco vezes superior ao estimado pelo OE.

A manter-se esta tendência, o Estado arrisca-se a ficar no final de 2012 com um buraco orçamental de 200 milhões de euros.

Além das contas do Estado, a factura energética para Portugal – país que importa a totalidade do seu petróleo – irá ser mais pesada que o estimado.

O euro está a desvalorizar face ao dólar devido à recessão e à crise da dívida soberana na Zona Euro, e os preços do petróleo estão a subir com a tensão no Irão e países do Médio Oriente.

A queda do valor da moeda única europeia está a tornar o petróleo que Portugal consome cada vez mais caro e mais dispendioso face ao ‘pico’ de Julho de 2008, quando o ‘ouro negro’ atingiu 147 dólares por barril.

O encarecimento do petróleo irá fazer subir os preços de um conjunto de produtos e aumentar a inflação em Portugal.


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