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Austeridade dispara número de sem abrigo

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RoterTeufel

Visitante
Desemprego leva a pedir ajuda
Austeridade dispara número de sem abrigo


As dificuldades de sobrevivência estão a levar cada vez mais portugueses a pedirem ajuda às instituições que trabalham com a população sem abrigo que se desdobram para conseguir responder a estes novos pobres "filhos" da crise.
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Há cada vez mais pessoas sem abrigo

O coordenador das equipas de ruas da Comunidade Vida e Paz contou à agência Lusa que tem notado uma alteração do perfil de quem pede auxílio nas ruas de Lisboa para conseguir sobreviver.

"No contacto diário de rua nós sentimos que há de facto uma alteração do problema apresentado", adiantou Celestino Cunha, explicando: Antes os problemas relacionavam-se com dependências ou doença mental, neste momento o desemprego assume uma "relevância importante".

"São pessoas que não estando numa condição de sem tecto estão a passar dificuldades de sobrevivência e recorrem a respostas que são tipicamente orientadas para pessoas sem-abrigo. Essa é a diferença que estamos a sentir", descreveu.

Celestino Cunha adiantou que "há uma maior procura" das instituições, exemplificando: "Todas as noites levamos para as ruas 520 pequenas ceias e mais frequentemente não têm chegado para dar a volta completa dos 90 locais da cidade de Lisboa" onde a Comunidade Vida e Paz intervém."Há um anos eram 480 e chegavam para dar a volta completa", elucidou.

Maria Isabel Monteiro, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) alertou também para o aumento do número de pessoas que estão em risco de cair na situação de sem-abrigo. Há uma franja da população que não vive na rua, mas tem de ser considerada sem-abrigo devido às condições de precariedade em que vivem, observou.

Isabel Monteiro referiu que há pessoas que são apoiadas através do Rendimento Social de Inserção, mas lembra que esse apoio não dá para o aluguer de quarto, nem para "satisfazer uma série de necessidades básicas para a sua sobrevivência e para procurar o próprio emprego".

Para a responsável, "as instituições e as organizações estão cada vez mais afastadas do terreno e não se apercebem que a problemática está a avolumar-se". "Temos muita gente a viver em carros, barracas e em habitações degradadas porque já não têm dinheiro para pagar a renda de casa, nem as próprias habitações sociais", frisou.

O presidente da Rede Anti-Pobreza adiantou, por seu turno, que "há muita gente que está a abandonar a casa porque não tem dinheiro ou se separou do cônjuge" devido à crise.

"Há uma desintegração do tecido familiar devido à falta de dinheiro e a solução passa pela rua ou por ir comer às cantinas sociais", adiantou o padre Jardim Moreira, alertando que esta situação está a crescer mais em Lisboa do que no resto do país.

Já Ana Martins, directora do Departamento de Acção Social da Assistência Médica Internacional, alertou para o "grande aumento da pobreza" que, segundo dados da AMI, cresceu 94% entre 2008 e 2011.

Apesar das dificuldades vividas no terreno, a Comunidade Vida e Paz conseguiu retirar 100 pessoas da rua em 2011 e proporcionar ajuda institucional a 500 pessoas.

"Temos 230 camas de reabilitação que estão cheias", disse Celestino Cunha, acrescentando: "Há pessoas que vão reincidir, voltar atrás mas acreditamos que das 100 pessoas que saíram da rua, cerca de 70, vão consolidar a sua autonomia e sair desta condição.


C.da Manha
 

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'Novos filhos da crise' procuram instituições que trabalham com os sem-abrigo

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'Novos filhos da crise' procuram instituições que trabalham com os sem-abrigo


As dificuldades de sobrevivência estão a levar cada vez mais portugueses a pedirem ajuda às instituições que trabalham com a população sem abrigo que se desdobram para conseguir responder a estes novos pobres «filhos» da crise.

O coordenador das equipas de ruas da Comunidade Vida e Paz contou à agência Lusa que tem notado uma alteração do perfil de quem pede auxílio nas ruas de Lisboa para conseguir sobreviver.

«No contacto diário de rua nós sentimos que há de facto uma alteração do problema apresentado», adiantou Celestino Cunha, explicando que antes os problemas relacionavam-se com dependências ou doença mental, neste momento o desemprego assume uma «relevância importante».

«São pessoas que não estando numa condição de sem tecto estão a passar dificuldades de sobrevivência e recorrem a respostas que são tipicamente orientadas para pessoas sem-abrigo. Essa é a diferença que estamos a sentir», descreveu.

Celestino Cunha adiantou que «há uma maior procura» das instituições, exemplificando: «Todas as noites levamos para as ruas 520 pequenas ceias e mais frequentemente não têm chegado para dar a volta completa dos 90 locais da cidade de Lisboa» onde a Comunidade Vida e Paz intervém.

«Há um anos eram 480 e chegavam para dar a volta completa», elucidou.

Maria Isabel Monteiro, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) alertou também para o aumento do número de pessoas que estão em risco de cair na situação de sem-abrigo.

Há uma franja da população que não vive na rua, mas tem de ser considerada sem-abrigo devido às condições de precariedade em que vivem, observou.

Isabel Monteiro referiu que há pessoas que são apoiadas através do Rendimento Social de Inserção, mas lembra que esse apoio não dá para o aluguer de quarto, nem para «satisfazer uma série de necessidades básicas para a sua sobrevivência e para procurar o próprio emprego».

Para a responsável, «as instituições e as organizações estão cada vez mais afastadas do terreno e não se apercebem que a problemática está a avolumar-se».

«Temos muita gente a viver em carros, barracas, barcos e em habitações degradadas porque já não têm dinheiro para pagar a renda de casa, nem as próprias habitações sociais», frisou.

O presidente da Rede Anti-Pobreza adiantou, por seu turno, que «há muita gente que está a abandonar a casa porque não tem dinheiro ou se separou do cônjuge» devido à crise.

«Há uma desintegração do tecido familiar devido à falta de dinheiro e a solução passa pela rua ou por ir comer às cantinas sociais», adiantou o padre Jardim Moreira, alertando que esta situação está a crescer mais em Lisboa do que no resto do país.

Já Ana Martins, directora do Departamento de Acção Social da Assistência Médica Internacional, alertou para o «grande aumento da pobreza» que, segundo dados da AMI, cresceu 94% entre 2008 e 2011.

Apesar das dificuldades vividas no terreno, a Comunidade Vida e Paz conseguiu retirar 100 pessoas da rua em 2011 e proporcionar ajuda institucional a 500 pessoas.

«Temos 230 camas de reabilitação que estão cheias», disse Celestino Cunha, acrescentando: «Há pessoas que vão reincidir, voltar atrás mas acreditamos que das 100 pessoas que saíram da rua, cerca de 70, vão consolidar a sua autonomia e sair desta condição».


Lusa/SOL
 
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