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CGTP considera que paralisação era a única resposta ao pacote laboral
O secretário-geral da CGTP garantiu que não é intenção da central sindical vulgarizar o recurso à greve geral mas considerou não haver alternativa senão responder com esta forma de luta ao «pacote laboral» do Governo.
«Vulgarizar a greve geral, longe de nós tal ideia, não queremos que tal aconteça», disse Arménio Carlos em entrevista à agência Lusa, justificando a marcação da paralisação de quinta-feira, apenas quatro meses após a última greve geral.
«Mas estamos perante um problema que nos colocaram.
É o Governo que faz a agenda política e decidiu rever agora a legislação laboral, tanto para o sector público como para o sector privado. E nós temos de dar uma resposta», afirmou o sindicalista.
Segundo Arménio Carlos, esta greve geral resultou de um processo gradual de contactos com os trabalhadores, plenários e lutas sectoriais que tinha de ter continuidade, que tinha de resultar numa resposta ao Governo.
«Chegámos a uma certa altura em que não temos mais nada a fazer: ou agachamos ou respondemos e o povo diz que quanto mais nos agachamos mais no pisam», disse.
«Será que estamos a radicalizar o discurso ou as politicas implementadas é que são radicais?
Nós não queremos direitos especiais só queremos que se respeite quem trabalha», afirmou o sindicalista.
Arménio Carlos lembrou os rumores que correm de que «esta é uma greve politica» e considerou que quem os lança tem como objectivo desviar a atenção dos verdadeiros motivos que levaram à marcação da greve.
«Esta greve foi convocada pela CGTP em defesa dos direitos dos trabalhadores mas passou a ser de todos os trabalhadores, independentemente da sua filiação sindical ou não filiação», disse.
O novo líder da CGTP defendeu a importância da unidade na acção nos processos de luta em curso e em particular na greve geral.
Nesta greve geral, como a UGT não está envolvida, dado que subscreveu o acordo de concertação social que levou a proposta de revisão do Código do Trabalho, a convergência está a ocorrer ao nível de alguns sectores, nomeadamente o dos transportes.
«Mais que as diferenças, o que nos importa neste momento é juntar as convergências, de modo a que os trabalhadores se unam em torno da defesa dos seus direitos.
Se fizerem isso dão um belo contributo para melhorar o futuro», defendeu Arménio Carlos.
A greve geral da próxima quinta-feira é a oitava convocada pela CGTP.
O protesto surge contra o agravamento da legislação laboral, o aumento do desemprego, o aumento do empobrecimento e as sucessivas medidas de austeridade e surge quatro meses após a última greve geral.
Desta vez a UGT não se junta ao protesto, ao contrário do que aconteceu a 24 de Novembro de 2011 e de 2010, porque a central sindical liderada por João Proença assinou o acordo para a Competitividade, Crescimento e Emprego que está na origem da revisão da legislação laboral.
Lusa/SOL