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Rússia disponível para olhar de outro modo para a Síria
As autoridades russas disseram hoje estarem prontas para apoiarem uma resolução das Nações Unidas que sustente o plano de Kofi Annan para tentar resolver a crise na Síria. É uma manifestação de que Moscovo poderá disponibilizar-se para aumentar a pressão sobre o seu histórico aliado.
Sergey Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, alertou contudo que a resolução não deveria ser usada como um ultimato ao Governo sírio. Adivinha-se agora uma intensa luta semântica no âmbito das negociações diplomáticas que definirão o documento no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Cautelas que, ainda assim, reflectem alguma impaciência em Moscovo perante o que tem acontecido na Síria de Bashar Assad. Já morreram mais de oito mil pessoas desde o início da contestação ao regime, há cerca de um ano.
Com a China, a Rússia escudou por duas vezes o regime de Damasco das sanções das Nações Unidas, mas agora Moscovo apoia os esforços de Kofi Annan em nome da ONU e da Liga Árabe.
No inicio deste mês, o ex-secretário-geral da ONU reuniu por duas vezes com Bashar Assad com o intuito de pôr fim ao massacre, mas o conteúdo desses encontros não foi tornado público.
«O Conselho de Segurança deveria apoiá-los não como um ultimato mas como as bases para os esforços contínuos de Kofi Annan com vista a alcançar acordo entre todos os sírios, o Governo e todos os grupos da oposição em assuntos-chave, como criar corredores humanitários, o travar das hostilidades por todas as partes, o início de um diálogo político e permitir o acesso a todos os media», disse Sergey Lavrov numa conferência de imprensa. De acordo com o governante russo, o plano de Annan não inclui a renúncia de Assad.
AP/SOL