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Médico acusado de abusar de 15 doentes começa a ser julgado
O médico acusado de 15 crimes de abuso sexual de pessoa internada, em concurso com outros 15 de coação sexual, começa hoje a ser julgado no Campus da Justiça, depois de ter sido adiado por incompatibilidade de uma juíza.
O início do julgamento do cirurgião, previsto para o dia 29 de Fevereiro, foi adiado por incompatibilidade de uma juíza do colectivo.
Na acusação, o Ministério Público defende que Alcídio Rangel, fazendo-se valer das funções de médico especialista em cirurgia vascular no Hospital de Santa Marta - e ainda nos consultórios e clínicas privadas -, molestou sexualmente 15 mulheres doentes que confiaram nele.
Segundo o MP, entre 2005 e 2010, o cirurgião, de 52 anos, praticou actos sexuais de relevo com as 15 ofendidas identificadas, fazendo-o de diversas formas, designadamente antes e depois das cirurgias, durante os tratamentos e ainda nas consultas de clínica privada.
A acusação refere que o cirurgião aproveitava-se da situação de debilidade e de impossibilidade de reacção destas doentes e que nele tinham depositado toda a confiança para a prática dos actos médicos necessários.
O arguido agiu com o propósito de se satisfazer sexualmente, com intuitos libidinosos e com inteiro desrespeito pela ética médica, com ofensa dos sentimentos de dignidade e de vergonha das ofendidas, suas doentes, como indica o despacho.
Entretanto, por intervenção da Inspecção-geral da Administração de Saúde (IGAS), no âmbito de um processo disciplinar, o médico foi demitido de funções públicas em Fevereiro de 2010.
O arguido, que também foi médico das selecções nacionais de futebol, está obrigado a permanecer na habitação e proibido de praticar actos médicos.
Lusa/SOL