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PS alerta para risco de 'espiral recessiva' sem criação de emprego
O PS alertou ontem para o risco de Portugal entrar em «espiral recessiva», ao centrar a consolidação orçamental no corte da despesa sem estimular a economia com a criação de emprego.
A posição foi manifestada à agência Lusa por Eurico Dias, membro do Secretariado Nacional do PS, em reacção aos dados do boletim de execução orçamental hoje divulgados pela Direcção-geral do Orçamento.
Segundo o boletim, a receita fiscal até Fevereiro caiu 5,3 por cento face ao mesmo período de 2011, uma evolução menos negativa do que em Janeiro, mas, mesmo assim, bastante pior do que o previsto pelo Governo para o total deste ano.
A despesa cresceu 3,5 por cento face ao mesmo período do ano anterior, enquanto a receita diminuiu 4,3 por cento, essencialmente devido à quebra nas receitas fiscais.
Eurico Dias sustentou que Portugal tem-se centrado num «conjunto de medidas de corte da despesa» e não tem tido «a dinâmica necessária para crescer no futuro e criar emprego», pelo que arrisca-se a «entrar num processo que pode levar a que a consolidação orçamental não se verifique».
Segundo o dirigente socialista, «algumas medidas de redução da despesa não estarão a produzir resultados», sendo que «a espiral recessiva dá-se quando todas as medidas de controlo da despesa tem como resultado uma redução da receita», que «dificulta a execução orçamental e obriga a novas medidas de correcção do lado da despesa ou ao aumento de impostos».
O PS defende, por isso, «políticas económicas orientadas para o emprego, para tornar menos agressivo o processo de austeridade».
Lusa/SOL