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A Cassete Está a Voltar ao Mercado?

mjtc

GF Platina
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Ela surge estampada em t-shirts, mas a cassete que ouvimos no walkman, continua a ser editada por estilos de músicas mais marginais.
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Cassete estampada na T-shirt.
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Ainda podemos ter um leitor de cassetes no carro?

Nos anos 80, a British Phonographic Industry lançou o "slogan" que marcou uma era: "Home taping is killing music".

Hoje, trinta anos depois, a conversa continua a mesma, com a pirataria "online" a amedrontar as grandes indústrias.

O tempo provou que correr para o rádio para premir REC não matou a música, mas numa altura em que o vinil está a ter um novo fólego, o que é feito da cassete?

Também em Portugal a cassete nunca parou de rodar, particularmente dentro da música experimental e do metal. É aliás, perto do Porto que se situa a única fábrica da Península Ibérica, que ainda faz cassetes. Kikas é um dos "rockeiros" que ainda põe as Tapematic a funcionar e por isso, entra na Edisco quase como se fosse a sua casa. É aqui que faz os lançamentos da Degradagem, editora que criou à cerca de cinco anos, especializada em "grindcore"/"fastcore", com uma particular adoração pela cassete. Faz 100, 200 cópias, no máximo, e vende-as, principalmente para o estrangeiro, por 3,50 euros, com uma margem de lucro mínima.

É a única fábrica de cassetes da Península Ibérica. Verdes, vermelhas, amarelas, pretas, transparentes e alinhadas, fita imaculada à espera das bandas, que agora aparecem com uma "pen" no bolso. Nos anos 80, a Edisco, na Maia, chegou a gravar e embalar 15.000 cassetes por dia.
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Nos anos 80, as cassetes eram uma opção barata e que acabou tomando conta dos Walkman de milhares de pessoas pelo mundo.
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O primeiro Walkman surgiu em 1979 no Japão.

Hoje, extintas do mercado convencional, as cassetes se tornaram itens de colecção, são recicladas em diversos projectos e há quem aposte que elas estejam voltando à vida através das novas bandas independentes.

Os anos 80, uma das épocas mais marcantes do século XX. Foi o fim da Idade Industrial e o início da Idade da Informação. Também chamada de "Década Perdida" na América Latina, por causa da estagnação econômica, em que os países dessa região tiveram um menor desenvolvimento na economia como um todo.

Foi um período marcado pelas roupas exageradamente coloridas e excêntricas, do "new wave", da geração saúde, pelo surgimento da MTV, das primeiras raves, de bandas como The Smiths, U2, A-Ha e também pela consolidação do género Heavy Metal, entre outras vertentes. No Brasil, bandas que também fizeram muito sucesso nos anos 80 foram Legião Urbana, RPM, Barão Vermelho e Ira. Nessa década também aconteceu o primeiro Rock In Rio, em 1985. Consolidava-se a MPB, surgida nos anos 60. Michael Jackson fazia um enorme sucesso com seu álbum Thriller. David Bowie, Cindy Lauper, Bruce Springsteen, entre outros artistas de peso, são referências dessa época.

Nesse emaranhado de coisas que aconteciam nos anos 80 não podemos deixar de lado as hoje nostálgicas fitas cassetes, ou K7 para muitos. A produção em massa dAs cassetes compactos começou em 1964, na Alemanha. Os primeiros com músicas pré-gravadas foram lançados na Inglaterra, em 1965. Nos Estados Unidos, em 1966, teve uma oferta inicial de 49 títulos, lançados pela Mercury Record Company. A primeira gravação musical nessas pequenas caixas plásticas foi na Inglaterra, em 1978, pela banda The Tights, e continha um único hit: "Howard Hughes". Mas foi na década de 80 que seu uso foi de facto consolidado, afinal, qualquer banda independente que se prezasse deveria ter uma demo gravada em uma fita K7 para levar as gravadoras e jornalistas. Entre a década de 70 e 90 a cassete era um dos formatos mais comuns para gravação, juntamente com os LP’s e posteriormente os CD’s.
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Apesar da baixa qualidade sonora, geralmente com 60 minutos de duração (já existiram versões de 45 e 90 minutos), o lançamento das fitas cassetes foi uma grande revolução, por difundir a possibilidade de gravar e reproduzir som. O disco vinil era mais caro, além de mais dificil de transportar e tocar e principalmente para gravar. Por isso mesmo, as fitas cassetes nos deram mais liberdade para sair por aí e ouvir nossas canções favoritas onde bem entendessemos. E apesar dos primeiros gravadores com áudio da Phillips já serem portáteis, foi a Sony, com sua invenção do "Walkman", no final dos anos 70, que mais contribuiu para essa explosão do som individual.

Seu declínio aconteceu já no final da década de 80 e as vendas acabaram sendo superadas pelos CD’s nos anos 90. Mas em 2001 as cassetes virgens ainda eram produzidas. Extintas do mercado tradicional, hoje as fitas cassetes saíram de cena e ganharam um ar retrô, virando inclusive item de colecionador. E apesar de serem mais difícieis de encontrar na versão virgem, as velhas fitas cassetes tem-se tornado um item cultural e conquistado novas bandas independentes. Nos E.U.A., esse movimento foi nomeado de "Cassete Culture". No artigo para o site Rizhome, a escritora Ceci Moss diz ter identificado 101 selos que lançam cassetes actualmente. Bandas conhecidas como Pearl Jam, Foo Fighters e Goldfrapp já aderiram ao movimento e recentemente lançaram trabalhos em cassete. No livro "Mix Tape: The Art of Cassete Culture" de Thurston Moore, o cantor do Sonic Youth reúne artigos e obras de arte sobre fitas cassetes.

Outro facto muito interessante, é que muitas pessoas tem reciclado as cassetes e utilizado para a produção de adereços e obras de arte e as utilizando com inspiração para criação de outros.
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Nelson14

GF Platina
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Ainda tenho guardadas muitas cassetes e discos vinil, também ainda tenho o aparelho com que punha os discos ou as cassetes a tocar musica, e de vez em quando ainda faço uso dele para que as cassetes e os discos não se estraguem.


 
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