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Importação de energia dispara devido a seca
A produção hídrica caiu 75 por cento em Fevereiro em relação ao mesmo mês do ano anterior, representando apenas seis por cento do consumo nacional, o que levou ao aumento da produção térmica e das importações.
De acordo com os últimos dados disponibilizados pela REN – Redes Energéticas Nacionais, a situação de seca que atinge o país levou a uma quebra da produção hídrica superior a 75 por cento, para 354 GWh em Fevereiro, que compara com os 1.447 GWh do período homólogo de 2011, ficando ainda abaixo da produção de Janeiro que tinha sido de 496GWh.
Com a produção hídrica a representar apenas seis por cento do consumo nacional, esta teve de ser compensada com um aumento da produção térmica e eólica, bem como por um aumento das importações.
Segundo os dados da gestora das redes energéticas, a produção de energia eléctrica em centrais térmicas aumentou nove por cento em Fevereiro, representando 41 por cento do consumo, enquanto a produção eólica cresceu 11 por cento, respondendo a 21 por cento da procura.
Neste contexto, o saldo da balança comercial da electricidade passou de positivo a negativo em Fevereiro, tendo as importações abastecido 16 por cento do consumo.
Só o consumo de carvão, utilizado nas maiores centrais térmicas do país, aumentou quase para o dobro de 595 GWh para 1.080 GWh.
De acordo com o último boletim quinzenal do Observatório de Secas do Instituto de Meteorologia, 53 por cento do território nacional encontrava-se a 15 de Março em situação de seca extrema, enquanto os restantes 47 por cento estavam em seca severa.
Segundo as mesmas estatísticas, o consumo de energia eléctrica aumentou 1,1 por cento em Fevereiro face ao mês homólogo de 2011, mas com a correcção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis (29 dias de Fevereiro) o consumo caiu 5,2 por cento, para 4.376 GWh.
Nos dois primeiros meses do ano, acumulados, o consumo caiu 2,4 por cento face ao ano anterior, para 9.238 GWh.
Lusa/SOL