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Imprensa venezuelana com restrições nas notícias sobre contaminação da água

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Imprensa venezuelana com restrições nas notícias sobre contaminação da água


O Ministério Público (MP) da Venezuela revelou na quinta-feira que, a seu pedido, um tribunal venezuelano decretou uma inédita medida que proíbe a imprensa de dar notícias, sem um aval técnico, sobre a contaminação da água no país.

Em comunicado, o MP diz que é exigido a todos os órgãos de comunicação «que actuem com extrema responsabilidade na difusão de informação relacionada com a suposta contaminação da água no país, destinada ao consumo humano, devendo contar com o devido suporte técnico verídico, avalizado por um organismo competente».

A medida surge na sequência de denúncias feitas pela oposição venezuelana sobre uma alegada contaminação de alguns dos reservatórios de água do país.

Entre eles conta-se o lago de Valência, localizado 200 quilómetros a oeste de Caracas, que abastece a capital e cuja pureza, segundo diversas fontes, teria sido questionada já na década de 1980.

A decisão do tribunal surge depois de o presidente Hugo Chávez ter instado, na terça-feira, o MP venezuelano a iniciar uma investigação sobre o que disse ser uma «campanha terrorista» contra o serviço de água potável no país.

Embora as autoridades insistam que só pretendem evitar criar medo na população e que a imprensa divulgue informação verídica, a medida é questionada por vários sectores da sociedade venezuelana, os quais consideram ser um precedente que visa limitar a liberdade de expressão e de informação.

Vários analistas insistiram na quinta-feira que as denúncias deviam ser investigadas, questionando a falta de acesso às fontes de informação pública no país e fazendo um paralelismo com a saúde de Hugo Chávez, porque não foi divulgado nenhum documento médico que dê conta do seu estado.

Entretanto o Colégio Nacional de Jornalistas, entidade responsável pela emissão da carteira profissional, emitiu um comunicado destacando que, em nome da verdade, a medida justifica uma «forma de censura», ao exigir um aval técnico.

«Recordamos às autoridades que o dever de um jornalista é defender o direito do povo a estar devidamente informado e de ser um canal das suas inquietações, independentemente de os conteúdos favorecem ou não o governo em funções, e que a função dos órgãos do Estado é atender às queixas da população e não perseguir a quem dá a conhecer essas queixas», afirma.

Acusado pela Agência Venezuelana de Notícias de «defender a campanha terrorista sobre o abastecimento de água potável», o candidato presidencial da oposição, Henrique Capriles Radonsky, disse que «a contaminação da água não se soluciona tapando a informação».

Alguns jornalistas consideram que aplicar a medida põe em causa a credibilidade da imprensa venezuelana.

Lusa/SOL
 
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