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Leça e Tinto são os rios em pior estado no Norte
Os rios Leça e Tinto são os que apresentam pior estado no Norte de Portugal e estima-se que só em 2027 fiquem em «bom estado», disse hoje o coordenador do Plano de Gestão das Regiões Hidrográficas (PGRH) do Norte.
«O Leça e o rio Tinto estão em mau estado dada a pressão urbana e industrial à volta das massas de água, mas em 2021 podem já estar em estado razoável», disse à Lusa António Jorge Monteiro, coordenador do PGRH do Norte e especialista em qualidade da água, considerando que em 2027 possam receber a classificação de «bom estado».
À margem do Fórum Regional da Água, que está a decorrer hoje na Lipor, em Baguim do Monte, o especialista português na qualidade de água explicou que uma das características na avaliação das massas de água, em relação às avaliações anteriores, é que não se avaliou apenas a qualidade da água, mas também os indicadores biológicos.
«Uma massa de água só está em bom estado se reunir boas condições físico-químicas, mas também pela biodiversidade das espécies que lá andam», acrescentou António Jorge Monteiro, que apresentou hoje o PGRH-Norte e a avaliação ambiental estratégica.
Segundo o especialista, se um rio for transformado num canal deixa-se de ter um conjunto de condições naturais para que essas espécies se desenvolvam nessas massas de água.
Muitas dessas pressões hidromorfológicas, designadamente construção de prédios ou canais de betão, podem ter esse efeito de desaparecimento da biodiversidade.
Para que os rios que estão em mau estado, como o caso do Leça e Tinto, fiquem em bom estado até 2027 é urgente que se arranque já com o próximo planeamento para ter um «plano pronto em 2015» sobre as acções que se vão executar desse ano até 2021 e perspectivas para o que se fará de 2021 a 2027, defende o especialista.
O Fórum Regional da Água é um espaço de reflexão e criação de consensos em redor dos recursos hídricos da região Norte, incluindo rios, lagos, águas costeiras e subterrâneas e termina hoje com uma visita ao Rio Tinto.
Durante o evento, o Coordenador do PGRH do Norte acrescentou que das 17 albufeiras avaliadas na bacia do Douro, 76 por cento têm classificação de «inferior a bom» e a seca pode piorar a situação, porque a quantidade de adubo vai manter-se, mas há menos quantidade de água.
Lusa/SOL