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Exportações estão a ganhar quota de mercado
As exportações portuguesas vão continuar a ganhar quota de mercado a nível internacional embora crescendo a um ritmo mais lento, prevê o Banco de Portugal (BdP) no seu Boletim Económico, hoje publicado.
Para 2012, o BdP prevê um ganho de quota de mercado de 2,0 por cento. No ano passado, a quota de mercado (isto é, a fatia do comércio internacional que cabe às exportações portuguesas) tinha crescido 3,4 por cento - sinal de que as vendas de bens e serviços portugueses cresceram a um ritmo acima da média a nível internacional.
Segundo o BdP, haverá um «significativo abrandamento» das exportações portuguesas este ano: no ano passado as exportações tinham crescido 7,4 por cento, este ano só deverão aumentar 2,7 por cento. Esta redução deve-se à deterioração do clima económico global; ainda assim, as exportações portuguesas vão conquistar quota de mercado.
Porque é que isto acontece? Segundo o BdP, porque está a haver «um redireccionamento dos produtores de bens transaccionáveis para o mercado externo»; ou seja, à medida que o consumo interno se reduz, as empresas viram-se para os mercados de exportação.
Ao mesmo tempo, há «uma maior diversificação geográfica» dos mercados das exportações, «traduzida num aumento do peso dos mercados extracomunitários, cuja dinâmica deverá prosseguir» nos próximos anos.
Ainda assim, embora os ganhos de quota de mercado sejam mais expressivos nos mercados extracomunitários, as exportações portuguesas também têm conquistado quota dentro da União.
Outro factor para explicar os ganhos de quota de mercado poderá ter a ver com efeitos de um processo de ajustamento iniciado em 2004, por altura da entrada da China na Organização Mundial do Comércio. Em 2004 e 2005, alguns produtos de exportação tradicionais, como os têxteis e o calçado, sofreram grandes perdas de quota de mercado face à competição vinda do Oriente, obrigando esses sectores a reestruturar a sua cadeia de produção.
O BdP reviu hoje em baixa as suas previsões económicas para Portugal em 2012 e 2013. No seu Boletim de primavera, o Banco espera agora que o Produto Interno Bruto (PIB) português encolha 3,4 por cento este ano, e que tenha uma variação nula em 2013.
Na edição anterior do Boletim, publicada em Janeiro, o BdP já estimava que a economia portuguesa sofreria, entre 2011 e 2013, «uma contracção que não tem precedente» histórico. O BdP projectava então uma quebra do PIB de 3,1 por cento em 2012 e um crescimento de 0,3 por cento em 2013.
Lusa/SOL