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Portugal na mira de terroristas
Uma das ameaças que Portugal pode enfrentar no plano externo pode vir do Norte de África.
Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) apresentado ontem, o grupo terrorista AQMI, braço armado da Al Qaeda no continente africano, tem vindo a dar sinais do «aumento da sua capacidade operacional e de influência crescente no Magreb e no Sahel» e, por isso, deverá merecer uma crescente atenção do Serviço de Informações de Segurança nos próximos anos, dada a «proximidade geográfica ao Norte de África e a facilidade de movimentação de extremistas através das fronteiras externas da União Europeia».
A lista de previsíveis ameaças inclui ainda a organização separatista basca. Segundo o RASI, Portugal não está a salvo de incursões de operacionais da ETA, que podem utilizar de novo o território nacional «como base de recuo ou de fuga ou como local de retaguarda para a sua eventual reorganização operacional».
No plano interno, a violência urbana deverá continuar a ser a principal preocupação das forças de segurança.
As zonas urbanas sensíveis, situadas sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, são «territórios eficazes para a mobilização de indivíduos com predisposição a acções de subversão contra a autoridade do Estado». Estas zonas são ainda locais privilegiados para o tráfico, venda directa e para o aluguer de armas utilizadas na prática de crimes.
O SIS deu ainda conta de um outro fenómeno que começa a surgir em território nacional. Gangues de motards, também conhecidos como Hells Angels (o fenómeno nasceu nos EUA), começaram a recrutar operacionais, «alargaram as suas estruturas de apoio» no nosso país e foram responsáveis por alguns crimes violentos.
Embora o RASI não especifique as práticas criminosas, estes grupos, que funcionam como uma espécie de irmandade, estão por norma associados a roubos violentos, pequeno tráfico de droga e sobretudo extorsão a proprietários de bares nocturnos.
Para este ano, uma das orientações estratégicas previstas no RASI será uma maior articulação com os serviços de informações e também com as Forças Armadas no plano das ameaças externas.
SOL