• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

"Dívidas de 300 mil euros" na origem de triplo homicídio de Beja

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,985
Gostos Recebidos
346
ng1888110.JPG


"Dívidas de 300 mil euros" na origem de triplo homicídio de Beja


O homem que em fevereiro assassinou mulher, filha e neta justificou o crime com "dívidas de 300 mil euros" que "não conseguiriam saldar", segundo as declarações que deu ao Ministério Público no primeiro interrogatório judicial, ocorrido a 15 de fevereiro.

Dívidas de 300 mil euros: foi este o motivo invocado pelo triplo homicida de Beja para assassinar mulher, filha e neta. De acordo com as declarações do arguido, que se suicidou dias depois na prisão, o homicídio ocorrido na noite de 7 para 8 de fevereiro deveu-se à situação económica da família.

O casal e a filha tinham dívidas perante bancos, fornecedores e outros, "na ordem dos 300 mil euros", que "não conseguiriam saldar", disse Francisco Esperança, de 59 anos, no primeiro interrogatório judicial que ocorreu a 15 de fevereiro e ao qual a Agência Lusa teve acesso esta terça-feira.

Francisco Esperança revelou ainda que a filha, de 29 anos, já tinha tentado o suicídio "devido a problemas pessoais". Era "uma mentirosa compulsiva" e "nunca lhe deu qualquer tipo alegria, nem sequer nos estudos", confessou o arguido.

No interrogatório, o arguido indicou que tinha também matado a neta, de quatro anos, "porque não teria quem cuidasse dela e iria ter uma vida de sofrimento".

O triplo homicídio ocorreu em casa, enquanto as vítimas "dormiam". Francisco utilizou uma catana para assassinar a mulher, de 58 anos, a filha e a neta "por ser um instrumento silencioso".

Francisco Esperança disse que tinha intenção de por fim à própria vida depois dos crimes, mas não o conseguiu fazer por "pura cobardia".

O arguido confirmou que no dia 8 de fevereiro, após ter cometido os crimes, foi ao infantário que a neta frequentava e à loja que tinha com a mulher para informar que a família estaria ausente por algum tempo. Fê-lo para "ter tempo de ganhar coragem para se suicidar", explicou à polícia.

Nessa mesma noite, foi para Lisboa, onde pernoitou vários dias num hotel, porque não conseguiu ficar em casa, segundo explicou.

Regressou no dia 12 de fevereiro, um dia antes de ter sido detido e de os cadáveres das vítimas terem sido encontrados.

Antes de ser detido, ensaiou várias tentativas de suicídio com arma de fogo, mas, mais uma vez, não foi capaz de se suicidar, reconheceu.

Segundo o Ministério Público, as três vítimas foram "surpreendidas enquanto dormiam" pelo arguido, que lhes "desferiu inúmeros golpes" na zona do pescoço e da cabeça.

A mulher e a filha "terão tentado defender-se do ataque", pelo que mostram "as lesões físicas de defesa" (golpes) que tinham nas mãos, refere o MP.

Após os crimes, o arguido ocultou os cadáveres das vítimas em casa "durante mais de quatro dias", período durante o qual se comportou "como se nada se tivesse passado".

No interrogatório, "o arguido não demonstrou qualquer expressão genuína de arrependimento" e os contornos dos crimes demostram "um total e abominável desprezo pela vida humana", refere a magistrada do MP.

Segundo o juiz de instrução criminal, que participou no interrogatório, os contornos do crime "denotam claramente" que o arguido agiu "com frieza de ânimo" e "reflexão" e persistiu na intenção de matar "por motivo fútil".

Jornal de Notícias
 
Topo