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Parque Escolar ameaça PS

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No governo de José Sócrates, foi Maria de Lurdes Rodrigues quem liderou o processo de requalificação escolar ©Raquel Wise/SOL

Parque Escolar ameaça PS

A Parque Escolar está a reabrir as feridas entre socráticos da linha dura e a direcção actual de António José Seguro.

O secretário-geral do PS viu-se obrigado a defender a Parque Escolar, mas, segundo o SOL apurou, está consciente das dificuldades que pode acarretar um inquérito parlamentar aos desvios financeiros do plano de recuperação de escolas da anterior governação socialista.

O tema já mostrou que tem força para abalar a unidade dos socialistas, com Fernando Serrasqueiro, um dos defensores do legado de Sócrates, a sugerir uma comissão parlamentar para responder à «calúnia» de Nuno Crato sobre a derrapagem de 447% da Parque Escolar. A ideia foi logo travada pela direcção do partido.

À espera de ouvir as ex-ministras

As auditorias do Tribunal de Contas (TC) e da Inspecção-Geral de Finanças (IGF) levantam suspeitas sobre favorecimentos nos ajustes directos para a recuperação de escolas e interrogações sobre a derrapagem financeira do plano do Executivo de Sócrates. O TC tentou ouvir Teixeira dos Santos, mas o ex-ministro das Finanças não quis pronunciar-se sobre a empresa que tutelou.

A divulgação dos documentos do TC e da IGF vão deixando em aberto um cenário de negócios pouco claros.

Os socialistas aguardam agora a audição parlamentar das ex-ministras Maria de Lurdes Rodrigues e Isabel Alçada, marcadas para a próxima semana, assim como a do actual titular da pasta, Nuno Crato.

O problema virá depois, se a maioria PSD/CDS forçar a abertura de uma comissão de inquérito.

«A Educação é uma das marcas distintivas do PS.

Qualquer mácula nesta área de governação, corrói o capital político socialista» – diz ao SOL um responsável do PS.

Acresce que os socialistas têm de ter o cuidado de não «defender o indefensável», pelo que «a prudência» é de momento a melhor atitude.

Em concreto, o PS teme acusações de ilegalidades financeiras graves, como o favorecimento de empresas próximas do poder socrático ou mesmo financiamento partidário ilegal. Para fora, porém, ninguém fala.

Antes de a IGF terminar a auditoria, os elementos carreados para o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) levaram à abertura de uma investigação por indícios de burla ao Estado.

Significativamente, depois de várias críticas de que não estava a defender Sócrates neste dossiê, o secretário-geral escreveu um artigo de opinião no Público, cauteloso: nem uma vez Seguro refere a empresa Parque Escolar, ‘embrulhando’ em conjunto a defesa da política educativa do anterior governo.

«Os últimos dois governos socialistas iniciaram o maior plano de sempre de requalificação escolar, alargando a capacidade na educação pré-escolar, com mais de mil novos e modernos centros escolares, e com uma intervenção profunda em mais de 300 escolas secundárias por todo o País, dotando-as das necessárias e actuais condições de conforto, tecnologia e de funcionamento pedagógico», argumenta Seguro.

Comissão travada

O deputado Fernando Serrasqueiro chegou a defender uma comissão de inquérito ‘preventiva’. A direcção da bancada veio travar esse voluntarismo.

«Não faz sentido, primeiro temos de ver se há responsabilidades», disse Mota Andrade, vice-presidente do líder parlamentar Carlos Zorrinho. Serrasqueiro reagiu quando o ministro da Educação acusava a Parque Escolar de desvios de mais de 400%.

Agora, o deputado socialista, um dos que tem desalinhado da actual direcção nas votações em que está em causa o legado de Sócrates, diz que «se limitou a reagir a um evidente exagero do ministro Nuno Crato».

Rui Santos, o deputado socialista presente na comissão de educação (que anteontem ouviu o ex-presidente da Parque Escolar, Sintra Nunes admitir que «houve excessos pontuais»), diz que o PS não tem de ter receio.

«O TC elogia, no essencial, os efeitos das obras, que vão contribuir para ‘bons resultados educativos’», diz citando as conclusões daquele relatório do Tribunal. Quanto à derrapagem de 500 milhões de euros, Rui Santos justifica: «Houve 34 empreitadas sem visto prévio. É uma questão formal».


SOL
 
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