Olhando para o dérbi de hoje com a esperança própria de quem se irá estrear em clássicos ao comando de uma das equipas, no caso a que é do seu coração, Ricardo Sá Pinto sublinha a "preparação da equipa para qualquer grau de dificuldade" que o mesmo possa acarretar. O técnico leonino deixa os tradicionais elogios ao adversário, considerando que este "não tem pontos fracos", nem mesmo quando confrontado com os problemas explorados por Ramires no Benfica-Chelsea.
Jorge Jesus diz que o Sporting não está tão pressionado como o Benfica para vencer, pois não está a lutar pelo título. Concorda com esta ideia? Se concorda, que vantagem pode tirar desse aspeto?
O Sporting está preparado para jogar a vários níveis de exigência. Já o disse que estar no Sporting não é para todos, pressupõe uma forma de estar, um equilíbrio mental e emocional, qualidade dentro do que é exigido para um clube desta dimensão, para poder representá-lo. A pressão neste clube é diária, a ambição de ganhar o próximo jogo também está sempre presente. Não muda nada, independentemente do que os outros possam opinar. À nossa equipa nada é oferecido, tudo é conquistado com trabalho. Não abdicamos de nenhum resultado, ponto ou vitória.
Como é que a equipa está para o encontro com o Benfica?
A equipa está preparada, percebe a importância do jogo, de jogar este tipo de jogos e, como tal, vamos encarar este desafio como todos os outros. Vale três pontos, contra um adversário com qualidade, bons jogadores, boa dinâmica de jogo, como tal será difícil. Queremos estar à altura e conquistar os três pontos.
Face ao que aconteceu na presente semana com a passagem do Sporting às meias-finais da Liga Europa, esse feito dará asas à equipa?
[risos] Red Bull?? A equipa está preparada para este jogo. É um facto que temos tido uma exigência física e emocional, uma sequência de jogos de três em três dias que não é normal e para esta altura da época o tempo que temos para recuperar não é o que gostaríamos. Os resultados têm sido muito positivos, a equipa está confiante e motivada. Quando assim é todos os fatores ajudam a passar uma fadiga que é normal, com esta acumulação de jogos.
Concorda que estes jogos são aqueles que dão sempre um grande gozo ao treinador?
Sem dúvida, é um dérbi com duas grandes equipas de Lisboa, clubes com uma história enorme no futebol português. Espera-se um jogo de enorme pressão, alguma expectativa em relação à qualidade do jogo, ao resultado, com o aspeto emocional por parte dos adeptos. Espero que seja um dia de festa para o futebol português. Claro que dá um gozo enorme. Como treinador, tenho sempre, uma grande satisfação de poder estar a dirigir em todos os jogos uma equipa como o Sporting, sendo o meu clube, é fundamental separar essas situações. Dá prazer e, fundamentalmente, responsabilidade. Vai ser o meu primeiro dérbi como treinador. Como qualquer treinador, quero ganhar.
É hábito dizer-se que quem chega ao dérbi em pior estado vence. Quem está melhor? O Sporting depois de ter empatado na Ucrânia e assegurado a presença na meia-final da Liga Europa ou o Benfica depois de ter sido eliminado em Londres, frente ao Chelsea?
Nestes grandes jogos, entre duas grandes equipas isso não acontece. Não me parece que haja coincidências. As duas equipas chegam num bom momento. Espero que seja um grande jogo de futebol.
Pergunta O JOGO
Emerson, habitualmente a primeira opção do técnico Jorge Jesus, na posição de defesa-esquerdo constitui o elo mais fraco do Benfica, como apontou recentemente um antigo jogador do clube que agora representa o Chelsea, no caso Ramires?
O Benfica não tem pontos débeis. Por aquilo que conheço e tenho analisado, não é uma equipa em que não reconheça a presença de jogadores à altura de estar no seu plantel. Tem sim, felizmente para o treinador do Benfica, Jorge Jesus, várias soluções para cada posição, isso para ele é motivo de satisfação certamente. Não reconheço no adversário qualquer ponto fraco.
"Deve existir comunicação entre jogadores e árbitros"
A divulgação de dados pessoais do quadro de árbitros das ligas profissionais acabou por motivar o segredo em torno das nomeações dos juízes para os encontros dos campeonatos profissionais até ao final da temporada, medida que Ricardo Sá Pinto acaba por compreender. Tal como o faz em relação às decisões que os mesmos têm de tomar em campo, onde "é preciso haver maior comunicação entre jogadores e árbitros", isto salvaguardando sempre o "enorme respeito" que nutre pelos árbitros.
A arbitragem tem beneficiado com o facto de os árbitros não serem conhecidos antes do jogo? Que lhe parecem as declarações de Jorge Jesus que, depois de muitas críticas e de ver as duas arbitragens com o Chelsea, afirmou que a qualidade dos árbitros portugueses não é assim tão má?
Tenho enorme respeito por todos os árbitros. Sempre os respeitei ao máximo, não desrespeitei qualquer um deles, tenho a preocupação de perceber as decisões. Às vezes são difíceis de tomar, ver na televisão é uma coisa, outra coisa é em frações de segundos, com a dinâmica da própria jogada, por vezes tapado, é preciso saber entender essas situações. Também não acerto sempre como treinador, os jogadores também não. É preciso separar as situações e não criarmos casos que possam ir além do que realmente existe. O maior desejo é que o árbitro não seja interveniente do jogo pelo sentido menos positivo, que os jogadores o possam ajudar. A comunicação com o árbitro deve existir, o estado emocional dos jogadores é enorme, a vontade de vencer também. Os árbitros também têm de perceber isso. Tem de haver ajuda entre as três equipas e perceberem-se mutuamente. Não tenho de falar da casa dos outros, falo do meu clube, da minha ideia e pensamento.
"Favorito? Só penso no Sporting"
O Sporting terá pela frente o Benfica, mas até ao final da temporada FC Porto e Braga surgem no rol de compromissos, factos que levam à natural conclusão de que o título passa pelo emblema de Alvalade, algo que o técnico desvaloriza. Muito menos quem é o favorito à vitória na Liga: "Não vivo preocupado com essa situação, não penso nela, nem lhe dou qualquer importância. Não tenho uma opinião sobre quem é ou deixa de ser o candidato ideal nesta altura ou quem esteja mais próximo de vencer a Liga. Estou somente preocupado com a minha equipa e em vencer o jogo de amanhã [hoje]."
"Witsel sonha afirmar-se"
A estreia do médio encarnado Axel Witsel no futebol profissional foi apadrinhada por Ricardo Sá Pinto, em 2006/07, nos belgas do Standard de Liège, algo que recordou.
Jogou com Witsel no seu último ano de competição. Já falou com ele desde que chegou a Portugal? Considera que tem sido fundamental no Benfica?
É um miúdo que começou no futebol profissional comigo, rapidamente o identifiquei como um jogador talentoso, de grande qualidade, grande inteligência, sentido tático, e como pessoa é um miúdo fantástico. Procura ouvir os mais velhos e aprender. Vê-se na sua forma de estar que o seu grande sonho é afirmar-se no futebol europeu e no futebol belga. A ascensão tem sido progressiva, sempre evoluindo em termos de clubes, seleção, foi o melhor jogador belga. Tem grande talento e margem de progressão, tal como Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma, que tive o privilégio de ver começar no Sporting. Ajudei-o com alguns conselhos sempre importantes para quem está a começar.
"Não preciso de frases motivadoras ou vídeos"
É reconhecido como uma figura importante para passar a mística do clube aos jogadores. Há alguma ideia forte a dar na palestra antes do jogo? Algum dos treinadores que teve no Sporting o marcou numa palestra?
Há valores que passo diariamente, regras que estão estipuladas por natureza. Um jogador profissional quase não precisa que lhe seja imposto algo. Sabe a forma de estar, o que se deve ou não fazer. Não sou treinador de impor, um ditador. Há uma máxima que me segue: máxima liberdade, máxima responsabilidade. Há uma forma de estar que tem a ver muito comigo, não necessito de ir buscar frases motivadoras ou vídeos. Não quer dizer que não possa apresentar de vez em quando um. Isso faz parte de determinados objetivos que possa ter em termos de dinâmica de grupo. Nunca para um só jogo ou competição. Não acredito que se possa fazer crescer um jogador ou equipa pontualmente. É um processo contínuo que precisa de ser consolidado. Não tenho mensagens especiais para os jogadores.
"JG"
Jorge Jesus diz que o Sporting não está tão pressionado como o Benfica para vencer, pois não está a lutar pelo título. Concorda com esta ideia? Se concorda, que vantagem pode tirar desse aspeto?
O Sporting está preparado para jogar a vários níveis de exigência. Já o disse que estar no Sporting não é para todos, pressupõe uma forma de estar, um equilíbrio mental e emocional, qualidade dentro do que é exigido para um clube desta dimensão, para poder representá-lo. A pressão neste clube é diária, a ambição de ganhar o próximo jogo também está sempre presente. Não muda nada, independentemente do que os outros possam opinar. À nossa equipa nada é oferecido, tudo é conquistado com trabalho. Não abdicamos de nenhum resultado, ponto ou vitória.
Como é que a equipa está para o encontro com o Benfica?
A equipa está preparada, percebe a importância do jogo, de jogar este tipo de jogos e, como tal, vamos encarar este desafio como todos os outros. Vale três pontos, contra um adversário com qualidade, bons jogadores, boa dinâmica de jogo, como tal será difícil. Queremos estar à altura e conquistar os três pontos.
Face ao que aconteceu na presente semana com a passagem do Sporting às meias-finais da Liga Europa, esse feito dará asas à equipa?
[risos] Red Bull?? A equipa está preparada para este jogo. É um facto que temos tido uma exigência física e emocional, uma sequência de jogos de três em três dias que não é normal e para esta altura da época o tempo que temos para recuperar não é o que gostaríamos. Os resultados têm sido muito positivos, a equipa está confiante e motivada. Quando assim é todos os fatores ajudam a passar uma fadiga que é normal, com esta acumulação de jogos.
Concorda que estes jogos são aqueles que dão sempre um grande gozo ao treinador?
Sem dúvida, é um dérbi com duas grandes equipas de Lisboa, clubes com uma história enorme no futebol português. Espera-se um jogo de enorme pressão, alguma expectativa em relação à qualidade do jogo, ao resultado, com o aspeto emocional por parte dos adeptos. Espero que seja um dia de festa para o futebol português. Claro que dá um gozo enorme. Como treinador, tenho sempre, uma grande satisfação de poder estar a dirigir em todos os jogos uma equipa como o Sporting, sendo o meu clube, é fundamental separar essas situações. Dá prazer e, fundamentalmente, responsabilidade. Vai ser o meu primeiro dérbi como treinador. Como qualquer treinador, quero ganhar.
É hábito dizer-se que quem chega ao dérbi em pior estado vence. Quem está melhor? O Sporting depois de ter empatado na Ucrânia e assegurado a presença na meia-final da Liga Europa ou o Benfica depois de ter sido eliminado em Londres, frente ao Chelsea?
Nestes grandes jogos, entre duas grandes equipas isso não acontece. Não me parece que haja coincidências. As duas equipas chegam num bom momento. Espero que seja um grande jogo de futebol.
Pergunta O JOGO
Emerson, habitualmente a primeira opção do técnico Jorge Jesus, na posição de defesa-esquerdo constitui o elo mais fraco do Benfica, como apontou recentemente um antigo jogador do clube que agora representa o Chelsea, no caso Ramires?
O Benfica não tem pontos débeis. Por aquilo que conheço e tenho analisado, não é uma equipa em que não reconheça a presença de jogadores à altura de estar no seu plantel. Tem sim, felizmente para o treinador do Benfica, Jorge Jesus, várias soluções para cada posição, isso para ele é motivo de satisfação certamente. Não reconheço no adversário qualquer ponto fraco.
"Deve existir comunicação entre jogadores e árbitros"
A divulgação de dados pessoais do quadro de árbitros das ligas profissionais acabou por motivar o segredo em torno das nomeações dos juízes para os encontros dos campeonatos profissionais até ao final da temporada, medida que Ricardo Sá Pinto acaba por compreender. Tal como o faz em relação às decisões que os mesmos têm de tomar em campo, onde "é preciso haver maior comunicação entre jogadores e árbitros", isto salvaguardando sempre o "enorme respeito" que nutre pelos árbitros.
A arbitragem tem beneficiado com o facto de os árbitros não serem conhecidos antes do jogo? Que lhe parecem as declarações de Jorge Jesus que, depois de muitas críticas e de ver as duas arbitragens com o Chelsea, afirmou que a qualidade dos árbitros portugueses não é assim tão má?
Tenho enorme respeito por todos os árbitros. Sempre os respeitei ao máximo, não desrespeitei qualquer um deles, tenho a preocupação de perceber as decisões. Às vezes são difíceis de tomar, ver na televisão é uma coisa, outra coisa é em frações de segundos, com a dinâmica da própria jogada, por vezes tapado, é preciso saber entender essas situações. Também não acerto sempre como treinador, os jogadores também não. É preciso separar as situações e não criarmos casos que possam ir além do que realmente existe. O maior desejo é que o árbitro não seja interveniente do jogo pelo sentido menos positivo, que os jogadores o possam ajudar. A comunicação com o árbitro deve existir, o estado emocional dos jogadores é enorme, a vontade de vencer também. Os árbitros também têm de perceber isso. Tem de haver ajuda entre as três equipas e perceberem-se mutuamente. Não tenho de falar da casa dos outros, falo do meu clube, da minha ideia e pensamento.
"Favorito? Só penso no Sporting"
O Sporting terá pela frente o Benfica, mas até ao final da temporada FC Porto e Braga surgem no rol de compromissos, factos que levam à natural conclusão de que o título passa pelo emblema de Alvalade, algo que o técnico desvaloriza. Muito menos quem é o favorito à vitória na Liga: "Não vivo preocupado com essa situação, não penso nela, nem lhe dou qualquer importância. Não tenho uma opinião sobre quem é ou deixa de ser o candidato ideal nesta altura ou quem esteja mais próximo de vencer a Liga. Estou somente preocupado com a minha equipa e em vencer o jogo de amanhã [hoje]."
"Witsel sonha afirmar-se"
A estreia do médio encarnado Axel Witsel no futebol profissional foi apadrinhada por Ricardo Sá Pinto, em 2006/07, nos belgas do Standard de Liège, algo que recordou.
Jogou com Witsel no seu último ano de competição. Já falou com ele desde que chegou a Portugal? Considera que tem sido fundamental no Benfica?
É um miúdo que começou no futebol profissional comigo, rapidamente o identifiquei como um jogador talentoso, de grande qualidade, grande inteligência, sentido tático, e como pessoa é um miúdo fantástico. Procura ouvir os mais velhos e aprender. Vê-se na sua forma de estar que o seu grande sonho é afirmar-se no futebol europeu e no futebol belga. A ascensão tem sido progressiva, sempre evoluindo em termos de clubes, seleção, foi o melhor jogador belga. Tem grande talento e margem de progressão, tal como Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma, que tive o privilégio de ver começar no Sporting. Ajudei-o com alguns conselhos sempre importantes para quem está a começar.
"Não preciso de frases motivadoras ou vídeos"
É reconhecido como uma figura importante para passar a mística do clube aos jogadores. Há alguma ideia forte a dar na palestra antes do jogo? Algum dos treinadores que teve no Sporting o marcou numa palestra?
Há valores que passo diariamente, regras que estão estipuladas por natureza. Um jogador profissional quase não precisa que lhe seja imposto algo. Sabe a forma de estar, o que se deve ou não fazer. Não sou treinador de impor, um ditador. Há uma máxima que me segue: máxima liberdade, máxima responsabilidade. Há uma forma de estar que tem a ver muito comigo, não necessito de ir buscar frases motivadoras ou vídeos. Não quer dizer que não possa apresentar de vez em quando um. Isso faz parte de determinados objetivos que possa ter em termos de dinâmica de grupo. Nunca para um só jogo ou competição. Não acredito que se possa fazer crescer um jogador ou equipa pontualmente. É um processo contínuo que precisa de ser consolidado. Não tenho mensagens especiais para os jogadores.
"JG"
