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Arquivada queixa contra educadora que canta «viva o Benfica»

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Arquivada queixa contra educadora que canta «viva o Benfica»

O Ministério da Educação arquivou a queixa feita pelo pai de uma aluna contra uma educadora e contra a Escola Básica 2,3 António Bento Franco, da Ericeira, por suposta violação do direito de liberdade de escolha por aí ser cantada uma versão da canção infantil «Atirei o Pau ao Gato», com o final alterado para «batata frita, viva o Benfica».

Na nota assinada por Alfredo Coelho de Carvalho, diretor da Direção Regional da Educação de Lisboa, o encarregado de educação Eduardo Mascarenhas foi informado de que «foram ouvidos a educadora e os encarregados de educação do Jardim de Infância» e que «após investigação» se concluiu que «não foram apurados factos suscetíveis de indícios de infração disciplinar.

A propósito desta queixa, o FC Porto chegou a emitir uma nota no seu site, na qual falava da escola da Ericeira chamando-lhe madrassa, acusando a educadora de ser «ayatollah», numa comparação entre a ligação da canção infantil ao Benfica e a fé religiosa islâmica.

Chamava ainda o FC Porto «fascistas do gosto» aos responsáveis por esta versão da canção ser cantada nas escolas de Mafra e Cascais.


Leia a queixa apresentada pelo encarregado de educação durante o mês de março.

«Exmo. Senhor,

Considerando que a Lei de Bases do Sistema Educativo estabelece um conjunto de princípios gerais, reconhecendo o direito à liberdade de aprender e ensinar, com tolerância para com as escolhas possíveis, não podendo o Estado atribuir-se o direito de programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas;

Não posso deixar de reportar, enquanto encarregado de educação, uma ocorrência no JI de Santo Isidoro, pertencente ao Agrupamento de Escolas António Bento Franco – Ericeira, solicitando que essa Direção Regional de Educação apure a verdade dos factos e atue, com todos os meios ao seu alcance, no sentido de responsabilizar os intervenientes.

Assim, desde o início do presente ano letivo, diária e repetidamente, as crianças do referido estabelecimento de educação, entoam a cantiga popular “atirei o pau ao gato”, adicionando, no final, um slogan clubístico que consiste em “batata frita, viva o Benfica.” Perante isto, e em termos práticos, a minha Educanda, que simpatiza com o Porto, sente-se inibida e acossada, rejeitando até ir à escola pois os colegas, no recreio, chegavam a empurra-la por não ser simpatizante do mesmo clube.

Quando tentei explicar as razões pelas quais não se deveria fomentar este tipo de comportamentos num Jardim de Infância, a Sra. Educadora apelidou-me de “fanático” e convidou-me a tirar a minha Educanda daquilo a que chamou a “sua escola,” tendo argumentado que “a maioria é benfiquista”; “a música é assim” e “em todas as escolas em Mafra cantam a música desta forma.” A partir daquele momento, as crianças foram proibidas de cantar a referida cantiga, na sua totalidade, em vez de passarem a cantá-la devidamente. Mais, a Sra. Educadora referiu na sala de atividades que ‘não cantamos porque o pai da Nicole não deixa’.

Insatisfeito com tal argumentação, dirigi-me à sede do Agrupamento de Escolas para, em conjunto com a Direção, marcar uma reunião com os restantes Encarregados de Educação e a Sra. Educadora. Nesta sequência, a Sra. Subdiretora do Agrupamento de Escolas dirigiu-se ao JI de Santo Isidoro para me pressionar a aceitar e calar, fazendo crer de que quem estava mal era eu e, sem sentido ou justificação, foi inclusivamente chamada a Guarda Nacional Republicana (GNR), como forma de intimidação.

Sr. Diretor, concordará comigo que se deve promover o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista, respeitador dos outros e das suas ideias, aberto ao diálogo e à livre troca de opiniões. O que se pretende quando se promove a intolerância, o desrespeito pelas instituições e pela livre opinião? Estas práticas são um incentivo ao bullying, algo que todos pretendemos abolir dos nossos estabelecimentos de ensino.

Nestes termos, e face à gravidade da ocorrência em si e da forma como a Sra. Educadora e a Direção do Agrupamento de Escolas diligenciaram no sentido, não da sua resolução mas da agudização da mesma, reveladora de um sentimento de impunidade e apropriação de espaço público, solicito a V. Exa. que providencie as diligências necessárias ao apuramento de responsabilidades, a fim de que situações semelhantes não se repitam.

Esperando o melhor acolhimento de V. Exa. para esta reclamação, coloco-me à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.»

A Bola
 
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