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Breivik alega inocência e legítima defesa
Apesar de admitir ter morto 77 pessoas do passado mês de Julho na Noruega, Anders Breivik iniciou a audiência declarando-se inocente e alegando ter agido em legítima defesa. A rejeição de quaisquer responsabilidades criminais prende-se com o facto de o norueguês alegar que os crimes cometidos foram necessários para proteger o país de uma invasão muçulmana.
O julgamento de Anders Breivik, o autor confesso de 77 assassinatos na baixa de Oslo e na ilha de Utoya, começou esta segunda-feira num tribunal da capital norueguesa. Vestido de preto, esboçou um sorriso quando lhe removeram as algemas e saudou o tribunal com o braço levantado e o punho erguido. Depois, trocou apertos de mão com procuradores e oficiais do tribunal.
Anders Breivik, que se classifica como um militante anti-muçulmano e um escritor, actualmente a desempenhar funções a partir da prisão, deverá ser ouvido em tribunal durante os próximos cinco dias.
A audiência servirá para Breivik explicar o porquê de ter detonado uma bomba na baixa de Oslo, que matou oito pessoas, e de, logo a seguir, ter morto a tiro outras 69, na sua maioria adolescentes, que se encontravam no acampamento do Partido Trabalhista, na ilha de Utoya, nos arredores da capital norueguesa.
Tribunais noruegueses sem autoridade
Nas suas primeiras declarações de hoje ao tribunal, Breivik afirmou que não reconhecia autoridade nos tribunais noruegueses «porque recebem os mandatos por parte dos partidos políticos que apoiam o multiculturalismo».
Declarou ainda que não reconhecia autoridade na juíza Weche Elisabeth Arntzen, por ter uma relação de amizade próxima com a irmã do ex-primeiro-ministro e líder do Partido Trabalhista, Gro Harlem Brundtland.
Depois de ter afirmado que preferia morrer na prisão do que ser considerado mentalmente insano, o julgamento que hoje se inicia pretende apurar se Anders Breivik pode ou não ser considerado mentalmente são e se, portanto, pode ser responsabilizado pelos seus actos. Uma decisão que implicará a entrada de Breivik ou na prisão ou na ala psiquiátrica de um hospital.
Caso seja considerado mentalmente capaz e, o ‘Monstro de Oslo’ poderá cumprir uma pena máxima de 21 anos de prisão, ou poderá enfrentar um acordo de custódia alternativo que implica que a sentença se prolongue tanto tempo quanto for considerado um perigo para a sociedade.
Prevê-se que o julgamento se arraste durante as próximas dez semanas, período que se considera necessário para apurar o estado de saúde mental do norueguês.
SOL