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Ossos humanos descobertos em obra nas Caldas da Rainha

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Ossos humanos descobertos em obra nas Caldas da Rainha

Vários ossos humanos, de datação ainda desconhecida, foram descobertos nas Caldas da Rainha, junto a um antigo lar de enfermeiras, durante uma obra de substituição de condutas na zona histórica da cidade.

"Encontrámos um fémur, uma tíbia e vários fragmentos de ossos humanos, dispostos sem uma lógica de distribuição e em diferentes níveis de terreno", disse à Lusa, Adolfo Martins, arqueólogo consultor da câmara das Caldas da Rainha.

A descoberta ocorreu ao final da tarde segunda-feira, junto ao edifício de um antigo lar de enfermeiras, próximo da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo e do Hospital Termal, na zona histórica da cidade.

Os ossos ficaram a descoberto durante os trabalhos de remodelação de antigas condutas de água e saneamento no âmbito do projeto de regeneração urbana da cidade.

O facto de parte das caixas de abertura estarem soterradas, levou a que os trabalhadores ao fazerem prospeções para identificar a localização das mesmas tenham "escavado alguns metros ao lado da conduta e descoberto os ossos que não apresentavam caraterísticas de sepultura, levando-nos a supor que se pudesse tratar de um ossário", explicou o arqueólogo.

O reduzido número de exemplares encontrados, cerca de cinco ossos e fragmentos, não permite concluir, para já, se se trata ou não de um ossário, já que o arqueólogo admite que "durante a intervenção dos anos 60, quando não havia acompanhamento arqueológico das obras, pudessem ter-se deparado com uma sepultura e tivessem atirado os ossos de novo para a terra, de forma aleatória".

A obra foi interrompida logo após a descoberta e a equipa de arqueólogos responsável pelo acompanhamento fez já o registo dos ossos e da forma como se encontravam dispostos, "com o cuidado de não os contaminar para poder ser posteriormente feita a datação".

Os achados foram tapados com uma manta geotêxtil e uma camada de areia para garantir a sua preservação e posterior estudo se for esse o entendimento do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico), após análise do relatório da descoberta que será enviado na quinta-feira.

"Se se justificar, está tudo preparado para efetuarmos uma nova escavação e procurar outros vestígios" na zona em que, segundo o arqueólogo, foram igualmente encontradas "algumas cerâmicas dos séculos XVII e XIII, junto com outras já do século XX".

O facto de se tratar de "terrenos já remexidos" e com vestígios de diferentes épocas impede os arqueólogos de avançarem com uma datação possível para os ossos, cuja 'idade' pode, no entanto, ser apurada através de processos físicos e químicos.

"Poderemos recolher informação sobre a estatura, o sexo, causa da morte e até o tipo de alimentação da época em que viveram", esclarece Adolfo Martins.

A expetativa do arqueólogo é que as obras de regeneração urbana, que decorrem até final de 2013, permitam ainda outras descobertas, sobretudo na zona da Praça da Fruta, onde "sabemos que existiu uma igreja e, como se trata de uma terreno mais 'virgem', poderemos encontrar algumas fundações do edifício", concluiu.


Jornal de Notícias
 
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