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Breivik admite esconder emoções
A afirmação de que «faria tudo outra vez» e a sua pormenorizada descrição das armas e das tácticas usadas na preparação do massacre chocou a sala do tribunal de Oslo nos últimos cinco dias de julgamento e, em particular, chocou os sobreviventes e familiares das vítimas.
A pergunta que a todos se impõe é como consegue uma pessoa ser tão fria.
Na audição desta manhã de sexta-feira, Breivik explicou como é capaz de não manifestar qualquer emoção perante os crimes que cometeu.
Crimes que, admitiu, apesar de necessários, foram «actos bárbaros» e «terríveis».
Segundo Breivik, o truque é usar uma linguagem «técnica» para manter a postura e afastar as emoções.
Caso contrário, «se usasse uma linguagem mais normal, não sei se seria capaz de falar disto», declarou hoje o extremista anti-muçulmano.
Quando questionado sobre o porquê de não ter demonstrado qualquer empatia pelas vítimas, Breivik respondeu que poderia optar por «remover o escudo mental» que criou propositadamente e que o impede de sentir compaixão, mas «escolho não o fazer, porque sem ele não iria sobreviver», prosseguiu.
Teoria que viu a sua primeira fenda no primeiro dia do julgamento, quando Anders Breivik deixou cair umas lágrimas ao visionar um vídeo de propaganda de extrema-direita publicado pelo próprio antes dos ataques.
Momento que foi relembrado pelo advogado das vítimas e a que Breivik respondeu que o episódio de fraqueza aconteceu por «não estar preparado para ver aquele filme, naquele momento».
Isto porque «representa a luta, a guerra e tudo aquilo que eu amo».
O período de cinco dias destinado à audição de Anders Breivik termina hoje, mas pela frente ainda restam mais nove semanas de julgamento.
Caso seja considerado mentalmente capaz de ser responsabilizado pelos seus actos, o norueguês deverá ser condenado à pena máxima de 21 anos de prisão.
AP/SOL