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Medidas de austeridade estão a ter 'impacto desastroso', diz Carvalho da Silva
O ex-coordenador da CGTP Carvalho da Silva afirmou hoje que as medidas de austeridade estão a ter um «impacto desastroso» para Portugal, sublinhando que «está em marcha um programa de destruição» do Estado social e dos direitos dos trabalhadores.
«Está em marcha em Portugal, de uma forma muito dura, a execução de um programa não sufragado pelo povo português de destruição do Estado social e dos direitos dos trabalhadores», disse à Lusa.
Para Carvalho da Silva, a eventual redução do número de dias para fixação da indemnização por eventual despedimento é apenas mais uma medida para reduzir os custos do trabalho.
«O que está em marcha é, debaixo de argumentos mentirosos e falsos, um objectivo cínico, que não é exposto, que é simplesmente reduzir os custos do trabalho», acentuou.
Disse ainda que o propalado «sucesso» das políticas portuguesas e europeias «é uma mentira, fraude autêntica».
«São dois sucessos que, no seu somatório, significam um preocupante desastre», apontou.
Alertou que as medidas de austeridade estão a ter um «impacto desastroso» para Portugal, com «a aceleração do desemprego e da pobreza e o acentuar das desigualdades».
Uma situação «muito dura para a maioria dos portugueses», desde trabalhadores a pensionistas, estudantes e jovens, «mas também para estrutura económica.
Muitas pequenas e médias empresas e até algumas grandes desaparecem», referiu.
Carvalho da Silva, que falava em Braga à margem de uma conferência sobre O Turismo e a Crise Internacional, disse que este não é o caminho para Portugal sair da crise.
«O turismo, por exemplo, só existe porque se desenvolveu o nível de vida, porque se geraram condições de consumo e porque as pessoas tinham tempo para as sua vida familiar, para o lazer e para cultura», rematou.
Lusa/SOL