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Nacional: Rui Alves - «Por muito menos o Boavista desceu de divisão»

florindo

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«Por muito menos o Boavista desceu de divisão»

ENTREVISTA RECORD/ANTENA 1

O presidente do Nacional critica a gestão da Liga na questão do alargamento e, quanto ao "caso Cardinal", quer ver esclarecidas todas as dúvidas sobre o envolvimento do Sporting.

O líder do clube alvinegro também não baixa a mira em relação ao presidente da Liga, Mário Figueiredo, que classifica de gestor de mercearia à frente de um hipermercado

RECORD – Acusou Paulo Pereira Cristóvão de aliciar árbitros, aludindo a uma viagem dele para a Madeira no mesmo avião do árbitro Pedro Proença. Quer explicar?

RUI ALVES – Aquilo que se conhece sobre este caso é uma situação clara de coação sobre a equipa de arbitragem. Há indícios de que a comunicação social vez eco. Isso de provocar o afastamento de um elemento da equipa de arbitragem e o conhecimento das razões que levaram a esse afastamento, cria um estado de coação nessa equipa de arbitragem. Por muito menos, o Boavista desceu de divisão, nesse caso por tentativa de coação. Aqui o quadro é mais claro. Seria interessante verificar se aquela coincidência infeliz, do vice-presidente do Conselho Diretivo viajar com um árbitro, na véspera do jogo entre Nacional e Sporting, é única ou se não terá sido repetida. Aí deixaria de ser coincidência e estaríamos perante um quadro mais grave.

R – Tem algum dado que aponte nesse sentido?

RA – Não, eu achei uma coincidência estranha e se acontecesse comigo relataria essa coincidência. É estranho que se acompanhe a equipa, no Funchal, desde o hotel até ao estádio e não se viaje com a equipa para a Madeira. Como diz o povo “à mulher de César não basta ser, também tem de parecer”; e este caso não parece ser nada sério.

R – Acha que Pedro Proença é passível de ser coagido?

RA – Não está aqui em causa o árbitro. Não sei se participou esta coincidência à Federação ou ao Conselho de Arbitragem. O que está em causa é esta coação. Há várias formas de criar um embaraço psicológico no ser humano, independentemente da forma como a outra parte vai receber esse intuito. A coincidência por si só não prova nada. Também não está em causa a forma como Pedro Proença pode ou não ser coagido. O que está em causa é quem pretende coagir, quem pretende perturbar, mesmo que não o consiga.

R – A abertura de um processo de averiguações por parte do Conselho de Disciplina invalida a participação do Nacional?

RA – São coisas diferentes. Uma coisa é um processo de averiguações, outra é uma participação, devidamente fundamentada, e que dará entrada segunda-feira (amanhã). O processo visa perceber se os atos praticados por um dirigente, Paulo Pereira Cristóvão, podem implicar disciplinarmente um clube. Há situações em que mais vale tarde que nunca, e digo isso porque, pelos poderes com que a FPF e o seu CD estão investidos, e face às noticías que correram sobre o caso, já o deveria ter feito. Até porque a decisão que poderá tomar nesse processo de averiguações e também pela participação que será feita pelo Nacional, pode ter implicações desportivas importantes, e com calendário apertado. Uma vez que no dia 20 de maio há a decisão de uma competição, cujos finalistas poderão estar dependentes dessa decisão. O CD terá de ter um trabalho contra o tempo, no sentido contrário ao habitual.

R – Não faz mesmo sentido a realização da final da Taça de Portugal, com estes intervenientes?

RA – Penso que o quadro de coação que se criou torna ilegítima a participação do Sporting na final da Taça de Portugal. Bastará cumprir os regulamentos da federação.

R – Conhece mais casos de alegada coação, para além deste da viagem?

RA – Estamos a falar num caso gravíssimo. E repare-se no momento por que passava o Sporting na altura. A sua tábua de salvação da época desportiva era aquela competição. E há, na proximidade, casos que indiciam claramente, com o mesmo protagonista, uma preocupação muito grande com aquela competição e uma forma de tentar, a todo o custo, alterar aquilo que para mim é sagrado. Nas duas eliminatórias, o mesmo protagonista aparece em ação pelas piores razões. Isto é só o que nós sabemos. Não pensamos no que se pode ter passado nas outras eliminatórias. Naquele momento esta competição era muito importante para o Sporting, e isso foi assumido pelos seus responsáveis.

R – O Sporting é o clube com o qual tem tido mais atritos. Ainda por cima é um clube com o qual, segundo se sabe, tem alguma simpatia. Porque motivo isso acontece?

RA – Tenho simpatia pelo Sporting porque, estruturalmente, a massa sociológica dos nacionalistas e dos sportinguistas é muito semelhante. As razões das lutas dos clubes são muito semelhantes, porque não são os clubes do povo, porque lutam contra a demagogia do clube mais popular, em Lisboa e na Madeira. Mas uma coisa são estas semelhanças do ponto de vista sociológico, outra coisa são as pessoas que estão na frente dos destinos dos clubes. Existiram episódios mal esclarecidos nos quais o Nacional apareceu como mau da fita e isso, infelizmente, cria depois um relacionamento mais difícil; mas as relações institucionais deverão manter-se. Convidei a administração da SAD para o jantar que antecede o jogo entre os clubes e, portanto, temos de separar as situações que nada têm a haver com as relações institucionais. Eu estabeleço um paralelo com um processo judicial qualquer, em que do outro lado está o advogado que defende a outra parte, mas que por acaso é nosso amigo. Não corto relações com um advogado meu amigo só porque está a defender os interesses da outra parte; está no exercício da sua profissão e merece o máximo respeito.

R – No passado, quando transferiu Maicon, Bracali, Paulo Assunção e Ruben Micael, todos para o FC Porto, quando o Sporting tinha algum interesse, houve incapacidade negocial e monetária do Sporting? Nada mais?

RA – Foi claramente a dificuldade económica para acompanhar o processo negocial do FC Porto. No caso do Maicon o interesse foi mais na comunicação social do que outra coisa. No caso do Ruben Micael, as condições apresentadas ao Sporting foram exatamente as que foram apresentadas ao FC Porto. Eu estava a chegar ao Rio de Janeiro para férias de Natal, quando recebi uma chamada do presidente do Sporting, José Eduardo Bettencourt. Pus-lhe as condições e ele disse-me que eram impossíveis para o Sporting. Fiquei surpreendido quando, na passagem de ano, soube que o Sporting tinha adquirido os direitos económicos e desportivos do Sinama-Pongolle, por um valor superior ao que o presidente me disse que não teria para o Ruben Micael. Naturalmente que, se o Sporting competir no mercado argentino com jogadores que interessam ao Benfica, o River Plate vai acabar por vender ao Benfica. Mas isso não significa que o Sporting corte relações com eles, significa que o Benfica tem mais capacidade económica para fazer as operações.

R – Outro assunto que está na ordem do dia é a questão do alargamento. Há um comunicado assinado pelos presidentes de 20 clubes que condenam as posições do presidente da Federação e ameaçam parar os campeonatos. Que lhe parece?

RA – Volto à questão da integridade das competições. Vivemos um período um pouco negro do dirigismo do futebol profissional em Portugal. E vivemos uma situação algo perigosa do ponto de vista daquilo que deve ser a presença dos clubes e dos seus dirigentes no seio da Liga, que é aquilo que chamo de democracia albanesa, onde não interessam as leis existentes, nem os regulamentos; é preciso marcar assembleias e reuniões e decidir pela maioria. Com este quadro no país, ficaríamos sem Constituição e sem respeito pelas leis, só com votações de braços no ar. E seria um caos. O presidente da Liga sabe que patrocinou a mais escandalosa assembleia geral da qual já participei. Houve um desrespeito completo pelos regulamentos da instituição. O artigo 3º impõe a necessidade de um voto unânime para a alteração dos quadros competitivos durante a época; tal como o regulamento prevê que a assembleia eleitoral ordinária deverá ser realizada em junho, de 4 em 4 anos. Com a passagem do presidente da Liga para presidente da Federação, o cumprimento dos regulamentos levaria a uma gestão de meses por parte da comissão executiva da liga. E está à vista de todos porque é que a liga, quase em auto-defesa, colocou esta assembleia ordinária em Junho. É para evitar aquilo que estamos a viver: razões de demagogia por cima de poderes que não se tem e, por cima dos regulamentos, se possam ganhar eleições para a presidência da liga. Há uma necessidade de não ficar mal com o seu eleitorado, mesmo que se tenha de atraiçoar o próprio cargo, em que se deve defender intransigentemente o cumprimento dos regulamentos e dos estatutos da Liga. Essa assembleia tem três impugnações: uma do Nacional, outra do FC Porto e outra do Sporting. Não percebi porque é que o Benfica não insistiu nesta matéria; talvez achasse que o último jogo com o Setúbal já não contasse para nada em termos da liderança do campeonato. Como maior clube nacional, em termos de massa associativa, devia ter tomado uma posição. Acho estranho. O mais caricato é que depois há uma decisão da Federação, no sentido de que o protocolo com a Liga deve vigorar até 2013. E segue-se um período de reuniões daquele que eu chamo o grupo dos sem abrigo, que vão falando em vários pontos do país, à espera de algum milagre. E com ameaças que não fazem sentido num estado de direito. Se essa paragem ocorrer em mais de três jogos, o clube será despromovido. Só pode ser assim. Esse tipo de ameaças dos democratas albaneses não faz qualquer sentido. O que também não faz sentido é que, esta semana, depois da impugnação e da posição pública da federação sobre a matéria, e até sabemos que os quadros competitivos só podem ser alterados em sede de conselho superior de desporto, a Liga tenha enviado um calendário para os clubes prevendo 18 equipas na próxima época. É inacreditável e vergonhosa a persistência do presidente da Liga, promovendo a ilegalidade, a falta de respeito por um órgão hierarquicamente superior, que é a Federação, e dando guarida a este tipo de reuniões.

R – Vê o atual presidente da Liga como uma pessoa com falta de pulso?

RA – Acho que não tem condições para presidir a um órgão desta natureza. É pena que o quadro dos dirigentes esteja num nível tão baixo, que tenha de se ir buscar um gestor de mercearia para gerir um hipermercado. Nunca vi uma falta de capacidade para ser uma referência do órgão que gere a competição profissional, como aquele que estamos a viver. Veja-se o que acontece quanto ao chamado totonegócio. Há um papel fundamental do dr. Fernando Gomes, enquanto presidente da federação, no sentido de criar um quadro de não perturbação da vida atual dos clubes, sabendo que vivem situações difíceis, com uma economia em dificuldade. Conseguiu-se um passo em frente, depois de muito tempo em que o governo viveu de costas voltadas para o futebol. E a liga acaba por assumir um papel contra, sem ter ela própria encontrado qualquer solução. Isto é inacreditável. O que a liga propôs naquela assembleia geral, foi no sentido se não exigir declarações de regularização fiscal para participar nos campeonatos, uma vez que estava pendente uma situação do totonegócio. Isto é que era a solução! Permitir a competição mesmo sem cumprimento fiscal. Nunca vi tanto disparate em tão pouco tempo.

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zito123

GF Prata
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A meu ver poucos ou nenhuns estariam na primeira liga....
Mas que estas coisas deixa todas e quaisquer instituição nada à vontade.
Para mim o Boavista foi um exemplo que não se vai voltar a repetir, não quero com isto dizer que não o se deve fazer,
todos e quem quer que seja deveria ser punido mas severamente....
:36_2_51::6_15_221: (Só e nada mais):right:
 

AFMC

GF Bronze
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Esta conversa toda porque perderam com o Sptorting mas hoje levaram mais 3 e o arbitro deve ter viajado sozinho.
 
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