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Crianças estão mais inteligentes, mas menos criativas

Luz Divina

GF Ouro
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Os americanos dizem que as crianças estão cada vez mais inteligentes mas muito menos criativas. A culpa é do Google, dizem. Mas não só. Por cá, é urgente devolver-lhes um direito ameaçado: o prazer de... brincar.



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Quem estuda a inteligência menciona sempre uma coisa chamada o Efeito Flynn, que diz o seguinte: cada geração é dez pontos mais inteligente do que a anterior.

Mas no que diz respeito à criatividade, investigadores americanos chegaram, espantados, à conclusão contrária: enquanto a inteligência das crianças é hoje em dia maior do que a dos seus pais, a sua criatividade é muito mais baixa.


As desvirtudes da realidade virtual



Foi o caso do investigador Kyung Kim, da universidade americana William & Mary, que analisou 300.000 crianças e adultos. Descobriu que a criatividade subiu a par com a inteligência até 1990. A partir daí, a subida da inteligência manteve-se, mas a criatividade iniciou a sua rápida descida.


O estudo vai de encontro àquilo que o músico, tecnólogo e pensador americano Jaron Lanier analisou no seu livro de 2009 ‘You Are Not a Gadget’ (Você Não É uma Máquina), onde defende que a internet está a retirar mais às pessoas do que aquilo que lhes oferece.


Lanier foi ele mesmo um dos pioneiros da tecnologia, o inventor da expressão ‘realidade virtual’ e o criador da primeira empresa que permitiu a entrada num mundo virtual.

Atualmente, defende que a internet pode tornar-se numa ameaça ao pensamento humano: “Na visão de quem acha que as máquinas são mais relevantes que as pessoas – afirmou à revista ‘Veja’ –, o que importa é pôr tudo na internet, contribuir para esse cérebro global que deve ter prioridade sobre qualquer indivíduo – e, se possível, expropriá-lo das suas criações.”


O problema não é apenas que o robótico se sobreponha ao humano, mas que o próprio pensamento humano altere a sua forma de funcionar. A criatividade exige que usemos as duas partes do cérebro em simultâneo. A net, defendem alguns psicólogos, já transformou a forma como usamos o cérebro.


Ter informação não é criar



Qualquer um de nós que andou no Google já deu por isso. Ninguém abre texto após texto e lê tudo do princípio ao fim. Vamos procurando, lendo ‘na diagonal’, saltando do que nos interessa para aquilo que pode interessar-nos mais e que, descobrimos mais tarde, afinal não era bem bem o que procurávamos...


Dizem os psicólogos que o Google está a substituir o pensamento linear pelo associativo, está a substituir a crítica e a capacidade de análise pelo mero acumular de informação mal mastigada.


E a noção de ‘saber infinito’ da net leva a que, na maioria das vezes, sejamos incapazes de aprender o que quer que seja. Para quê, pensamos? Está tudo lá... Para quando for preciso... Mas nunca é...


já acabaste os trabalhos?


É verdade que temos o mundo inteiro na ponta de um clique. Mas será que, apesar de todos os estudos, isso nos torna menos criativos? Basta ir ao YouTube para verificar que existem milhares de exemplos criativos (enfim, uns de melhor gosto que outros...). Pois se calhar eles não constroem carros com caixotes, mas constroem vídeos com o ‘rato’.


Pensemos melhor: será que as crianças ainda conseguem ser criativas, apesar de tudo? “O que não sei é se a criatividade é atualmente qualquer coisa que seja alimentada”, afirma Carolina Santos, mãe de duas crianças de quatro e seis anos. “Vejo que os professores estão interessados é que eles façam os trabalhos e pronto.

E naturalmente que os pais deixam essa parte para trás quando educam as crianças, até porque uma criança criativa, que encha a sala de terra e as paredes com desenhos, dá muito mais trabalho do que a que não sai do computador.” [ri]


É um facto que a arte ou a literatura marcam pouca presença nas salas de aula. Tal corresponde à ideia da criatividade como um afastamento da realidade, quando é exatamente o contrário: “A criatividade não é a libertação de factos concretos”, defendem os jornalistas Po Bronson e Ashley Merryman, num artigo intitulado precisamente ‘A Crise da Criatividade’ e publicado na revista americana ‘Newsweek’.

“A confirmação de factos e a investigação aturada são partes vitais do processo criativo (...) A criatividade exige uma troca constante de pensamentos divergentes e convergentes, para combinar nova informação com ideias esquecidas.”

Conclusão: as escolas podem estar demasiado sobrecarregadas para incentivarem a criatividade, mas a realidade mostra que quanto mais criativas, melhor as pessoas se desembaraçam dos desafios da realidade. Como aponta a ‘Newsweek’, um estudo recente junto de diretores da IBM assinala a criatividade como a principal técnica de liderança que gostariam de ver num colaborador.


“Possíveis culpados para a queda na criatividade são vários”, nota a psicóloga Ann Bibby no site Care2 - largest online community for healthy and green living, human rights and animal welfare.. “Vão desde os jogos de vídeo e ao tempo exagerado que passam em frente à televisão até ao facto de que, nos últimos 20 anos, as vidas das crianças se terem tornado altamente estruturadas, com pouco tempo para brincar ou sonhar.”


Tempo para sonhar... Não é lindo? Pois pode ser, mas já é um luxo de que muitas crianças não dispõem.


Fazer nada pode ser tudo



Felizmente que não é demasiado tarde. “A rainha da criatividade ainda é a brincadeira”, defende Ann Bibby. “As crianças que conseguem entreter-se sozinhas e inventar mundos de fantasia são mais criativas. A que brinca com a caixa onde o brinquedo veio em vez de brincar com o brinquedo pode ser o próximo Prémio Nobel...”


Essa criança será também, possivelmente, bastante esperta: quantas caixas não são mais interessantes do que o brinquedo?


Numa era em que os brinquedos já vêm eles próprios pré-brincados ou com muito pouca capacidade de brincadeira (o que é que eles fazem com os bonecos de merchandising dos filmes que viram?), ou que prometem transformar qualquer criança num génio se tocar em três botões, oferecer uma simples caixa pode ser um maior desafio à criatividade do que um computador.


E claro que para brincar é preciso... tempo. Muitas crianças de cinco e seis anos vivem atormentadas pelos trabalhos de casa, quando o seu trabalho de casa devia ser brincar.

Muitas passam o fim de semana em correrias de festa para festa, com os pais esfalfados em motoristas. E quantas delas têm, como muitas de nós ainda tivemos, um quintal ou algumas árvores onde construir uma ‘casa’ de ramos e folhas? Quantas delas têm tempo sem fazer nada, a olhar para as moscas (que também já não há)?


Cabe aos pais o desafio de perceber que a imaginação não é uma perda de tempo para as crianças. Podem não dar em executivos da IBM, mas serão de certeza adultos com muito melhor capacidade para viverem imaginativamente as suas vidas.







Fonte:activa

 

Fonsec@

In Memoriam
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Não trocava a minha infância e adolescência pela que as crianças e adolescentes tem neste momento.

Podia ser mais burro mas divertia-me muito mais disso não tenho duvidas.
 

Luz Divina

GF Ouro
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Não trocava a minha infância e adolescência pela que as crianças e adolescentes tem neste momento.

Podia ser mais burro mas divertia-me muito mais disso não tenho duvidas.


Olá

As brincadeiras da nossa infância/adolescência eram muito mais em grupo, agora isolam-se com as novas tecnologias.

Brincadeiras saudáveis, de poucos brinquedos, mas muito divertidas.

Que saudades...
 

Jhdb

GF Prata
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Não sou propriamente "velho", sou um muito jovem ainda, tenho 20 anos e posso vos dizer que a minha infancia 3-15 anos foi passada longe de computadores...

Aleijei-me muito, sujei-me muito, mas sempre deu tudo certo, é pena que as crianças de hoje em dia estarem cada vez metidas nos computadores em vez de estarem la fora a apanhar micróbios para criar defesas :p
 
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