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No Corvo e nas Flores, é preciso esperar uma hora para ver um vídeo no YouTube

Johny13

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Nas duas ilhas mais ocidentais dos Açores, a Net não ultrapassa 250Kbps, apesar dos habitantes pagarem por acessos de 4Mbps. O presidente da Câmara de Santa Cruz das Flores diz que a população foi enganada pela PT e pelo Governo.

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Manuel Alberto da Silva Pereira, presidente da Câmara de Santa Cruz das Flores lembra que o serviço de acesso à Net «não ultrapassa alguns “kapas”» e por isso aconselha os habitantes das duas ilhas a contratarem as modalidades mais baratas. Na entrevista telefónica que se encontra nesta página, o Presidente da Câmara lembra que florentinos e corvinos pagam mais que os habitantes do Continente e das restantes ilhas açorianas para terem Internet, telefone e TV, apesar de terem uma largura de banda muito inferior à prometida (4 Mbps) pelo Sapo nas duas ilhas.
A velocidade da Internet disponibilizada pelas comunicações por satélite é apenas parte do “problema” denunciado pelas populações do Corvo e das Flores: No final dos anos 90, sete das nove ilhas do Arquipélago dos Açores ficaram conectadas através de cabos de fibra ótica submarinos, deixando para fase posterior a ligação às duas ilhas mais ocidentais de Portugal. Em alternativa, as ligações à Internet no Corvo e nas Flores passaram a ser feitas por satélite.



A fibra não chega
Em 2006, as populações das duas ilhas fizeram uma primeira petição. E em 2009, a ligação por cabo de submarino é, por fim, contemplada pelo programa das Redes de Nova Geração. O projeto que engloba ainda a instalação de fibra ótica noutros concelhos dos Açores onde não há concorrência entre empresas que disponibilizam acessos à Net, está orçado em 20 milhões de euros.
Só que, desde assinatura do contrato, o projeto não chega a sair do papel, e as populações voltam a fazer nova petição em 2011. E em setembro desse ano, há um acontecimento que recoloca a ligação das duas ilhas ao restante arquipélago na agenda política regional: durante a visita do presidente da República Aníbal Cavaco Silva, os habitantes do Corvo e das Flores dizem-se surpreendidos com uma largura de banda de 1,5 Mbps, que contrasta com as velocidades dos restantes dias do ano (entre os 100 Kbps e 250 Kbps).
Em fevereiro de 2012, os promotores da petição são ouvidos pela Comissão de Política Geral da Assembleia Legislativa dos Açores. E em abril ficam a saber do ponto em que se encontra o processo, através das explicações que a PT forneceu aos deputados regionais. Nas respostas enviadas para o parlamento dos Açores, a PT lembra que o Estado entregou à FibroGlobal (uma participada do grupo Visabeira) «a instalação, a gestão, a exploração e a manutenção» de uma rede de fibra ótica em 12 concelhos dos Açores, bem como de um cabo de fibra ótica submarino com um comprimento de 690 quilómetros, que deverá aumentar a velocidade das comunicações eletrónicas com o Corvo e as Flores.
No mesmo documento, a PT refere ainda que o projeto mereceu a aprovação da Comissão Europeia e já teve o necessário visto do Tribunal de Contas, mas lembra também que as obras só podem avançar depois de assinado o contrato com o Programa Operacional dos Açores para Convergência (ProConvergência), que depende da Secretaria da Economia do Governo Regional dos Açores. «Assim, esperamos que a disponibilização efetiva dos fundos acordados possa ocorrer com a celeridade possível com vista a permitir a implementação desta rede (…)», conclui a PT.
O satélite da discórdia
No que toca à atual velocidade dos acessos à Net por satélite, a PT informa que Corvo e Flores partilham um acesso de 34 Mbps e admite que «devido ao aumento do tráfego cursado, em particular do vídeo, esta ligação tem apresentado limitações de capacidade, em alguns períodos horários». A PT nega ter aumentado a largura de banda disponível aquando da visita do Presidente da República e justifica o alegado aumento de velocidade com uma eventual descida do tráfego durante o dia da visita.
Nelson Fraga, jovem de 35 anos que encabeça a petição apresentada no Parlamento Regional, também relaciona as reivindicações das duas ilhas com os novos hábitos dos internautas. «É verdade que as queixas foram crescendo à medida que se começou a usar o YouTube… mas a verdade é que também há muitas empresas nestas duas ilhas que não conseguem dar resposta aos pedidos e reservas que chegam pela Internet. A estes casos juntam-se as ligações às comunidades de emigrantes que saíram destas ilhas nos anos 60 e 70. A Internet é importante para economia regional… e hoje, 200 kbps é uma Internet de país subdesenvolvido».
Como prova das velocidades alcançadas pelos atuais acessos à Net por satélite, Nelson Fraga enviou para a Exame Informática algumas medições efetuadas no dia 30 de Abril através do conhecido site Speedtest:uma delas efetuada nas Lajes das Flores não supera os 0,65 Mbps; uma segunda realizada nas Lajes das Flores fica-se pelos 0,22 Mbps; há uma terceira realizada na freguesia do Lajedo que não passa dos 0.08Mbps (inferior ao upload que foi estimado em 0,14Mbps); e por fim, há um quarto registo que se fixa em 0,43 Mbps.
Para manter a “pressão” sobre o Governo Regional e o Governo da República, os promotores das petições avançaram, no final de abril, com uma denúncia deste caso junto da Autoridade Nacional das Comunicações (ANACOM); da Associação dos Operadores de Telecomunicações (APRITEL); da Associação de Defesa do Consumidor (DECO); da Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC), e da Associação de Consumidores da Região Açores (ACRA).
Hoje, Carlos César, o presidente do Governo Regional dos Açores, visita a Ilha das Flores. A probabilidade de ser confrontado com o atraso na instalação do cabo submarino é elevada.

Fonte: exameinformatica
 
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