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Freeport : Director financeiro admite ter sabido do pedido de verbas

florindo

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Director financeiro admite ter sabido do pedido de verbas

O director financeiro do Freeport à data da construção do outlet de Alcochete admitiu hoje perante o tribunal do Barreiro ter tido conhecimento do pedido de verbas para aprovação daquele projecto.
Peter Wooley disse ter tido conhecimento de «alguém, um terceiro elemento, ter pedido dinheiro a Rik Dattani para viabilizarem o projecto».
Afirmando desconhecer quem pedia o dinheiro, o director financeiro do Freeport entre 1996 e 2007, garantiu que «não houve pagamento».
Questionado pelo procurador da República a responder se a testemunha sabia se essas verbas se destinavam a algum partido político ou a altas individualidades, a testemunha disse que não.
«Qualquer pagamento tinha que ser viabilizado com duas assinaturas, uma das quais tinha que estar ligada ao departamento financeiro», disse Peter Wooley, que testemunhava através de videoconferência a partir de um tribunal no Reino Unido.
E quando questionado por uma das juízas do colectivo sobre se podia haver pagamentos só com a assinatura de Sean Coolidge - responsável máximo do Freeport -, Peter Wooley negou.
«Os pagamentos só podiam ser feitos com duas assinaturas, mesmo se uma delas fosse de Sean Coolidge», acrescentou.
Questionado pelo colectivo de juízes sobre quem era a pessoa ou em nome de quem estaria a agir, Peter Wooley respondeu: «Acho que não disseram ou durante a minha conversa com Gary Russel isso nunca foi abordado».
Peter Wooley admitiu ainda que esta conversa foi abordada numa reunião informal em que teriam estado presentes Gary Russel, Sean Coolidge e Jonathan Rawnsley, já que estes eram da administração do Freeport.
A testemunha referiu ainda não ter levado a sério o pedido de dinheiro para a viabilização do outlet de Alcochete, de que teve conhecimento através de Rik Dattani, por este ser uma «pessoa pouco influente na empresa, um júnior».
Este antigo director financeiro do Freeport admitiu ainda que só teve conhecimento do pedido de alegados «subornos» para viabilização do projecto depois do chumbo do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do outlet de Alcochete.
Sobre o chumbo do EIA do outlet de Alcochete - infra-estrutura que o director financeiro disse ter custado 150 milhões de euros - Peter Wooley disse não ter ficado surpreendido, por ser «normal» em obras daquela dimensão.
Na audiência de hoje, a testemunha de acusação admitiu ainda a existência de facturas pró-forma (sem a cobrança de IVA) passadas à Smith & Pedro.
Para Peter Wooley, era um «procedimento normal no Reino Unido», ainda que no final os responsáveis do Freeport tivessem concluído que todas deviam incluir o IVA respectivo, pelo que no final «todas as facturas foram regularizadas».
Entre várias perguntas, o procurador da República questionou a testemunha de acusação sobre se teve conhecimento da vinda de responsáveis do Freeport a Portugal para se reunirem com o ministro do Ambiente e a Câmara de Alcochete após o chumbo do EIA, ao que Peter Wooley respondeu afirmativamente.
«Houve reuniões sim, para discutir o planeamento do projecto», disse.
Em causa no processo Freeport está o alegado financiamento de partidos políticos.
O processo tem como arguidos os ex-sócios Charles Smith e Manuel Pedro, acusados do crime de extorsão na forma tentada.

Lusa/SOL
 
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