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Mau tempo prejudica pêra rocha e cereja

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Mau tempo prejudica pêra rocha e cereja

Se a seca pôs em risco as colheitas de azeitona, trigo, pêra rocha e bolota para o porco preto, o mau tempo – que se fez sentir em Abril e início de Maio – veio agudizar os problemas dos agricultores. A produção de cereja e pêra rocha está com uma quebra de 40%.
«A pêra rocha foi muito afectada porque o mau tempo veio no momento da floração», aponta o presidente da Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha, Domingos dos Santos. «A conjugação de chuva, vento e frio fez com que tivéssemos uma quebra de 40% na produção», indica ao SOL.
Domingos dos Santos lamenta esta situação, uma vez que a aposta na exportação estava a dar frutos: «O ano em que mais exportámos foi na campanha de 2011/12; não tivemos produção que chegasse para tanta procura». Os principais mercados da pêra rocha são o Brasil, Inglaterra, França, Rússia e, mais recentemente, Marrocos.
«Tenho 47 anos, sou agricultor desde os 20, sei o que é investir, pagar impostos, e estou a passar os piores momentos da minha vida porque o dinheiro começa a não chegar para pagar as despesas», desabafa este produtor do Oeste.
Também os produtores de cereja estão a sofrer prejuízos com o mau tempo. «A chuva afectou a variedade burlat, que está toda estragada», relata ao SOL Elvira Ferreira, da Aproced-Associação de Produtores de Cereja do Douro. Só a cereja produzida no norte do concelho de Resende é que não sofreu danos.
«A burlat ficou afectada porque amadurece mais cedo. A cereja estava vermelha e agora, por causa da chuva, está toda rachada», aponta Elvira Ferreira. Mas se, nos próximos dias, o tempo pregar partidas, o resto da produção fica em risco: «Se vier muito calor, as cerejas mudam logo de cor e perdem qualidade». «É pena porque, em relação ao ano passado, contávamos com muito mais produção», exprime.
Na Cova da Beira, a produção de cereja foi igualmente prejudicada. «A chuva provocou estragos, mas mais na zona sul da Serra da Gardunha», explica ao SOL Filipe Costa, da Cerfundão, empresa responsável pelo embalamento e comercialização de Cerejas da Cova da Beira. «As cultivares precoces acabaram por se estragar», acrescenta. A previsão de Filipe Costa é de que «comparativamente com um ano normal, esta campanha irá sofrer uma quebra de 30 a 40%».
Em Abril, Portugal deixou de estar em seca extrema, mas ainda assim, no final do mês, 59% do território estava em seca severa e 2% em seca fraca. Por isso, a chuva que se fez sentir nas últimas semanas não foi suficiente para colmatar a escassez de água, afectando culturas como a da bolota para consumo do porco preto.
«A chuva que caiu não vai colmatar o problema da bolota, nem este ano, nem no próximo», indica ao SOL Francisco Cândido, da Associação Barranquenha de Criadores de Porco Preto. Para este criador de gado, «é expectável que para o ano haja falta de bolota porque este ano a floração foi muito irregular e os ventos frios queimaram a flor da azinheira».
Armazenamentos de água abaixo da média
Apesar de, com a chuva, Portugal ter saído da seca extrema (à excepção das bacias do Ave,Mondego e Mira), os armazenamentos de Abril por bacia hidrográfica estavam abaixo das médias de armazenamento habituais em Abril. Ainda segundo dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, das 57 albufeiras monitorizadas no mês passado apenas 16 tinham disponibilidades hídricas acima de 80% do volume total, sendo que cinco tinham disponibilidade inferior a 40%.
Já em Abril do ano passado, a realidade era muito diferente, com os armazenamentos superiores às médias desse mês. Do universo das 57 albufeiras, em Abril de 2011, 37 tinham uma disponibilidade hídrica superior a 80%.


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