Benfica » Ola John "Dei um grande passo"
Ola John está a viver a melhor fase da sua ainda curta carreira. O extremo holandês, que custou nove milhões de euros, assinou ontem pelo Benfica por cinco anos - vai ter uma cláusula de 45 milhões de euros -, assumindo que deu "o passo certo". "Este é o meu momento alto. Deixei o Twente e assinei pelo Benfica. Dei um grande passo na minha carreira", frisou, à Benfica TV. Pronto para o desafio, Ola John já sabe o que o espera, sobretudo de Jorge Jesus. "Ainda não falei com ele, mas ouvi dizer que é muito exigente. Perguntei ao Witsel e ele disse-me coisas boas. Estou ansioso por falar com ele e espero que puxe muito por mim. Vou trabalhar e mostrar o melhor de mim", prometeu.
Considerando que no Twente estava "habituado a lutar pelo título", admitiu que o conjunto holandês "não é tão grande" quanto o novo emblema, razão pela qual disse ser "fantástico jogar no Benfica". "Estou muito excitado por assinar pelo Benfica e poder jogar num grande estádio, com 65 mil pessoas a apoiar", adiantou, revelando "o próximo passo" da sua carreira: "Vou ter de aprender a viver com a pressão dos adeptos e a exigência do Benfica."
Com apenas 20 anos, Ola John diz-se conhecedor da realidade encarnada. "É um grande clube e quando era pequeno já o conhecia. Tem imensos fãs e todos conhecem o Benfica, pelo clube que é, pelos jogadores que tem e até pelo seu estádio e dimensão", esclareceu, apontando Eusébio e Rui Costa como referências do passado. Do Pantera Negra, disse ser um "exemplo" dos jogadores africanos - "todos começámos a jogar na rua, sem sapatos", explicou -, enquanto de Rui Costa admirava "a sua técnica e remate". "Era um dos meus jogadores favoritos", adiantou, frisando: "Do plantel atual, destaco Aimar, que fiquei a observar nos jogos do Twente contra o Benfica, e Cardozo. São grandes exemplos para mim." Quanto a ídolos, não fugiu à norma, colocando Ronaldo e Messi nos píncaros. "Sobretudo o Messi porque marca mais golos", sintetizou o craque.
Ola John conhece bem o plantel, até porque acompanhou as águias na Liga dos Campeões. "O Benfica foi o melhor no grupo e mereceu chegar até aos quartos de final. Espero que na próxima época chegue ainda mais além", desejou, pronto para "concretizar o sonho" de jogar na fase de grupos da Champions.
O reforço quer brilhar na Luz, a pensar na seleção holandesa, e aponta a sua força: "Jogo com os dois pés e posso jogar nos dois flancos. E os defesas nunca sabem o que vou fazer. Isso é uma qualidade que desenvolvi, pois desde os 14 anos que treinei o meu pé esquerdo." "Sou rápido nas transições, tenho velocidade e técnica e gosto de cruzar, como se viu com o Benfica. Sou forte no drible e marco golos", acrescentou, adivinhando tempos "difíceis" em Portugal, onde "o futebol é mais defensivo". "Vai ser um grande teste", assumiu, contando com o apoio familiar para alcançar o sucesso: "Sou um homem de família. Significa tudo para mim. Vão ficar por muito tempo e ajudar a que me sinta em casa." E a finalizar, deixou uma palavra sobre o seu pai, falecido na guerra civil da Libéria: "Acredito que se me pudesse ver agora estaria orgulhoso."
"JG"