O Futuro Previsto de Cidades Através dos Tempos!

Imaginar ou tentar prever o futuro foram acções recorrentes ao longo de toda a história humana. Com a arquitectura e o urbanismo, é claro, não seria diferente, especialmente numa época tão cheia de incertezas e inovações quanto foi o século passado. Vários arquitectos, engenheiros e cineastas tentaram, cada um a sua maneira, descrever a cidade do futuro. Alguns erraram comicamente, enquanto outros acertaram em cheio.

Os Edifícios Futuristas de Antonio Sant`Elia (1888-1916)

Antonio Sant’Elia foi um dos que acertou: apesar da composição estranha e da escala monumental, os seus projectos muitíssimo expressivos mostram edifícios com muitos andares, escadas rolantes e elevadores, coisa que no final do século XIX e início do século XX, ainda era uma utopia.

Lamentavelmente, os seus projectos jamais chegaram a ser construídos, tendo no máximo servido de inspiração para a ambientação de alguns filmes futuristas. Antonio Sant’Elia nasceu em 1888, na cidade de Como, em Itália, e apesar do seu grande número de trabalhos, não conseguiu concretizar nenhum dos seus projectos, tendo sido morto a 10 de Outubro de 1916 em combate durante a Primeira Guerra Mundial, em Monfalcone. As suas ideias de arquitectura, foram influenciado pelas ideias de Otto Wagner e pelas cidades industriais dos Estados Unidos.

Projecto de um edificio futurista em 1914.

Em 1912, produziu desenhos de grande impacto da sua Cidade Nova, com escala monumental de megalópoles com arranha-céus e vias suspensas para veículos. Estes são aspectos reveladores da crescente actividade industrial e do aparecimento de novas tecnologias e materiais, utilizados nos seus discursos e desenhos. As suas obras influenciaram arquitectos contemporâneos e anteciparam as cidades e o urbanismo moderno.

Projectos de edifícios da Cidade Nova

Projecto da Estação Ferroviária e Aeroporto da Cidade Nova.

Cidade do Futuro no Cinema!

O cinema também teve seu momento sobre como seriam as grandes cidades no futuro.Em 1927, um austríaco chamado Fritz Lang propunha no seu filme "Metrópolis" uma realidade urbana caótica para o ano 2026, com uma cidade estratificada em que se pode reconhecer diferentes níveis sociais, cada um representado por uma determinada arquitectura.

Fritz Lang, com seu filme "Metrópolis" (1926), retrata uma cidade grandiosamente
construída, uma vez que no futuro apenas a elite habitaria a superfície, enquanto
os pobres trabalhariam no subsolo.


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Já o filme "Fantasias" (Just Imagine - 1930), de David Butler, se passa em 1980: 50 anos no futuro!

Trata-se de um musical repleto de carros voadores, pílulas substituindo comida,
nomes substituídos por números e bebés nascendo em máquinas.

As cidades de ambos os filmes, entretanto, dividem algo de semelhante: avenidas exclusivas para carros, edifícios enormes, uso intenso do espaço aéreo.

Paris do Futuro!

Le Corbusier, um dos grandes arquitectos do século XX, também planeou a sua cidade do futuro. Para ele, o centro histórico de Paris, assim como todas as outras grandes cidades, era incompatível com as necessidades modernas, e precisava urgentemente ser demolido para em seu lugar, serem construídas 18 torres gigantescas, com capacidade para 40.000 habitantes. Com a hiper população da cidade aliviada, grande parte do espaço urbano poderia ser verde, com espaços de lazer à porta dos edifícios.

Este esquema também separaria o tráfego de automóveis do tráfego de pedestres, criando vias expressas que evitariam congestionamento e sinais de trânsito. Subúrbios seriam eliminados e as áreas residenciais nunca mais seriam perturbadas pelo barulho e poluição de fábricas.

A nova Paris, feita para todos, como dizia Le Corbusier, entretanto,
jamais foi construída.

Hoje, notamos que pouco do que foi sugerido tornou-se realidade de facto, e talvez fiquemos tentados a achar que idealizar uma cidade avançada seja algo utópico e ultrapassado. Mas idealizações desse tipo continuam sendo feitas, e hoje imagina-se as cidades do futuro mais ou menos assim.

Eco-cidade, de Vivent Callebaut.

O arquitecto Vinvent Callebaut teve a ideia de uma Eco-cidade, onde não existiria nenhuma poluição. A energia que alimenta esta cidade vem do aproveitamento do sol através de painéis solares, do vento através de moinhos eólicos, aproveitamento da energia das ondas do mar e também da energia da biomassa. A sua estrutura é feita de dióxido de titânio o que contribui com o aumento do CO2 na atmosfera. Estas cidades conseguiriam abrigar até 50.000 pessoas.

Actualmente esta cidade flutuante não passa de um sonho, mas com o aumento do nível das águas do mar, um dia os construtores de mega estruturas poderão ver neste tipo de projecto, o futuro das grandes cidades com o beneficio de ser totalmente auto-suficiente em termos energéticos e contribuindo para o meio ambiente.

Technolopolis AZ - Ilha Flutuante!

Technolopolis AZ é uma ilha flutuante que faz parte do projecto do arquitecto francês Jean Philippe Zoppini, em colaboração com o departamento de pesquisa da construção naval Alstom, nos finais dos anos 90. Seria uma pequena cidade flutuante cobrindo uma área de 10 hectares e com capacidade para albergar até 10.000 pessoas. Esta ilha flutuante incluía hotéis com 78 metros de altura, praias e uma marina. O projecto foi avaliado em 2,5 biliões de euros, mas foi imediatamente abandonado por ser impraticável.

Cidade Sem Poluição!

Arquitectura e design juntos por uma cidade sem poluição, de Mitchell Joachim.

Imagine se as casas do futuro fossem seres vivos, "nascendo" junto à natureza?

E se os cidadãos circulassem em dirigíveis?

E houvesse o máximo de aproveitamento de espaços verdes?

Uma verdadeira revolução do conceito de cidades e habitações!

Mitchell Joachim procura construir uma cidade auto suficiente: transporte inteligente, uso eficiente de recursos, geração energética, produção de alimentos e tratamento de resíduos. Este projecto poderia demorar entre 100 e 150 anos a concretizar-se. As telecomunicações também ajudarão a redesenhar as metrópoles e segundo Joachim, não vai demorar muito para que essas tecnologias se tornem de uso público diário. Com relação às mudanças no modelo de transporte, ele defende que serão necessários 15 anos até os veículos eléctricos serem vistos nas ruas. Mas para as modificações de facto ocorrerem nas cidades, o especialista imagina que essa mudança demore mais tempo, entre 30 a 40 anos.

Terreform One propõe a fabricação de veículos com materiais leves, como
o Neoprene, para que possam ser dobrados e carregados como carrinhos
de compra e além disso, serão menos perigosos ao terem contacto com
as pessoas nas ruas.

Os veículos equipados com software que interliga os motoristas por meio de uma espécie de rede social, permitirão enviar mensagens em tempo real sobre direcções, estacionamentos gratuitos, advertências de acidentes e imperfeições nas vias. Outro projecto deste grupo é a construção de um dirigível para transporte público, onde os passageiros poderão subir e descer facilmente, já que alcançaria uma velocidade máxima de 24 km/h e os assentos seriam a poucos centímetros do chão.

O Terreform One elabora a construção de parques públicos, espaços verdes com lagos artificiais para tratar resíduos, limpar o ar e a água, e produzir energia. Aposta também em cidades construídas a partir de resíduos como, plásticos, compostos orgânicos para os andaimes temporários, metais para as estruturas principais, e a construção de casas usando organismos vivos.

Casa vegetal feita de arbustos e árvores vivas - outra das propostas ecológicas.

A ideia é construir uma casa vegetal usando uma técnica de jardinagem ancestral: erguer paredes a partir de arbustos e árvores. Com alguns andaimes e um sistema de controle vegetal, é possível direccionar o crescimento da vegetação com geometrias calculadas. Por outra parte, Joachim entrou para o mundo da biotecnologia ao fundar, com o biólogo Oliver Medvedik, o Instituto Bioworks e iniciar o cultivo orgânico de células, fazendo crescer carne in-vitro para depois fabricar produtos de uso humano, como couro.

Tipo de Cidades no Futuro Longínquo?

Além dos oceanos e mares, para futuro povoamento humano, este seria o tipo de cidade no futuro mais longínquo: uma das muitas soluções apresentadas para poupar espaço, devido ao aumento da população.

Uma metrópole em órbita da Terra: solução para o super povoamento?

Quem sabe se no futuro longínquo a humanidade assiste a um novo tipo de metrópole semelhante as cidades futuristas de ficção científica.