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A Indústria dos OVNIS!

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GF Platina
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Fev 10, 2010
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Não é novidade que a humanidade busca no céu, sinais de seres inteligentes. Mas o que é certo, é que actualmente, ainda não apareceu um único indício plausível de que o nosso planeta tenha sido visitado por extraterrestres.

Os primeiros relatos de estranhos objectos pairando entre as nuvens remontam à Antiguidade. Já houve a época das carroças e dos navios voadores. Mais tarde a moda foram os homenzinhos verdes – marcianos ou venusianos. As naves possuíam hélices e asas. No início do século XX, em Paris, um concurso chegou a oferecer 100.000 francos para quem provasse que mantinha contacto com seres extraterrestres. Nessa época, imaginava-se os extraterrestres de cor verde. Actualmente eles são vistos como sendo de cor castanho, roxo ou amarelo, segundo as testemunhas.

Ezequiel e suas carroças voadoras

O Velho Testamento regista um episódio, que hoje seria interpretada pelos ufólogos como um típico caso de aparição de um ovni. O profeta Ezequiel descreve uma carroça com rodas de fogo que desceu dos céus até ele. Esta visão foi amplamente difundida pelo escritor Erich von Däniken no seu livro "Eram os Deuses Astronautas?", como uma prova irrefutável de que a Terra tem sido visitada por alienígenas desde tempos remotos.

À luz do conhecimento científico actual, é fácil deduzir que Ezequiel teve uma ilusão de óptica causada pelo reflexo da luz do sol em cristais de água na atmosfera. Na Idade Média, quando se incendiavam pessoas por qualquer motivo, várias mulheres foram mortas por terem visões estranhas. É claro que, na época da Inquisição, ninguém dizia ter contactos com seres extraterrestres. Acreditava-se em duendes, fadas e demónios. Naves espaciais tripuladas por alienígenas só despontaram no imaginário colectivo no fim do século XIX. Foi nessa época que surgiram, nos Estados Unidos, os relatos sobre estranhos objectos voadores, em geral dotados de asas e hélices. Claro, na época ainda não havia aviões. Existia, isto sim, um crescente interesse pelo tema das "máquinas voadoras". Era uma época de avanços prodigiosos na tecnologia dos balões e dos dirigíveis, como o famoso Zepelin. A invenção de um aparelho voador mais pesado do que o ar já era tida como iminente. Em outras palavras, a expectativa de ver aeronaves nos céus americanos favorecia que as pessoas realmente as vissem.

Pires Voadores!

A era moderna dos ovnis inaugurou-se no dia 24 de Junho de 1947, quando o empresário Kenneth Arnold, pilotando seu avião particular sobre as montanhas do Estado de Washington, avistou o que descreveu como nove objectos em formato de pires, voando em formação militar. O facto é que, a partir desse relato, o fenómeno dos discos voadores tornou-se popular.

Mais uma vez a realidade seguiu os passos da imaginação. Revistas populares de ficção científica, como a famosa Amazing Stories, vinham publicando, havia alguns anos, histórias sobre visitantes extraterrestres. As capas estampavam curiosas naves em formato circular. Desde então, não se passa um dia sem que alguém, em algum lugar do mundo, conte um caso de discos voadores.

Quando esses depoimentos são investigados, as naves espaciais passam a ser considerados balões meteorológicos, aviões, meteoros, pára-quedas, nuvens ou alucinações. Quanto às fotografias de ovnis geralmente são explicadas como efeitos luminosos, ilusão de óptica ou fraude deliberada.

De acordo com o Dr. Allen Hynek (1910-1986), astrónomo encarregado do Programa de Pesquisas sobre OVNIS da Força Aérea dos Estados Unidos, um investigador experimentado, acaba por reconhecer a maioria desses eventos tais como eles realmente são: meteoros, imagens de aeronaves aterrando com as luzes acesas, balões, planetas, estrelas brilhando muito forte, luzes de aviso em estradas, reentradas de naves espaciais na atmosfera e assim por diante. "Quando se descobre o quanto o público leigo está pouco familiarizado com luzes durante a noite, compreendemos por que tantos ovnis são relatados e por que essa incidência tem aumentado", escreveu Hynek.

As ocorrências mais comuns são as que envolvem balões. Esses objectos podem registrar altas temperaturas, e sob o impulso de fortes correntes de ar, atingir velocidades de mais de 200 km/h. Podem até mudar de formato e cor, de acordo com o reflexo das luzes do sol na cobertura de plástico. Um balão pode parecer branco num momento e no outro, ser percebido como metálico, ganhando logo em seguida uma coloração vermelha. Na realidade, é tão comum que balões sejam reportados como ovnis que, quando eles se perdem dos radares, costumam ser rastreados com base em depoimentos de pessoas que se apresentam para dizer que viram discos voadores.

Os incríveis camaleões dos céus

Muitos ufólogos admitem que a maior parte dos objectos relatados como ovnis podem ser descartados como enganos ou fraudes. A polémica se concentra sobre um pequeno resíduo, algo como 2% de casos insolúveis. As pessoas que acreditam em discos voadores encaram esses casos sem explicação como provas da existência de ovnis e de visitas extraterrestres. Elas simplesmente não conseguem explicar as ocorrências de outra maneira. Os cientistas se recusam a acreditar em extraterrestres, até que apareçam provas realmente convincentes.

Por trás disto, está o eterno conflito entre o método científico e as pseudo-ciências. Cada vez que os cientistas anunciam uma nova descoberta, a pseudo-ciência é obrigada a empreender um recuo táctico, como forma de sobrevivência. No século XIX, acreditava-se piamente em marcianos e venusianos. A maioria dos relatos versava sobre seres pequeninos, de cabeça grande e cor esverdeada. Na segunda metade do século XX, quando se descobriu que Vénus possui uma temperatura incompatível com a vida e que Marte é um deserto escaldante, os ufólogos se sentiram na obrigação de duvidar dos relatos de pessoas que diziam receber visitas de planetas vizinhos. A crença em alienígenas teve que ser empurrada para os confins do Universo.

Evidentemente, existem casos que resistem às explicações.

Qual é a diferença entre a atitude dos cientistas e a dos ufólogos nessas ocasiões?

Os ufólogos partem do princípio de que, se não existe explicação para um fenómeno estranho, isto é sinal da presença de algum alienígena. Já os cientistas acham que isso é insuficiente como prova. Os mistérios de hoje podem ser facilmente explicados amanhã, ponderam.

Os ufólogos não tem tido sorte em provar as suas teorias: ao deparar com um caso de um fenómeno inexplicável, é desmascarado como um fenómeno natural, um objecto comum ou o que é pior, uma fraude.

OVNIS Assassinos!

No dia 7 de Janeiro de 1948, quando o piloto americano Thomas Mantell morreu num acidente atribuído a uma colisão aérea com um ovni, ninguém foi capaz de identificar a estranha "coisa" que Mantell estaria perseguindo. Observadores descreveram o objecto como semelhante a um pára-quedas, enquanto outros juravam que o aparato parecia "um sorvete de casquinha com a parte superior pintada de vermelho". Uma testemunha definiu o suposto Ovni como "uma enorme estrutura metálica". A Marinha dos Estados Unidos logo descartou que o desastre tivesse sido causado por uma nave alienígena. Décadas depois, quando informações que eram mantidas como segredo militar se tornaram públicas, soube-se que o tal ovni não passava de um gigantesco balão de pesquisa. O capitão Mantell tinha voado alto demais ao perseguir o balão. Sofreu um desmaio devido à falta de oxigénio, o que provocou a queda do avião. A verdade foi escondida por causa dos soviéticos, do mesmo modo que, seis meses antes, os militares americanos permitiram que se criasse um clima de histeria em torno do chamado "Caso Roswell", no qual, supostamente, três alienígenas haviam sido capturados pelo exército americano. Embora perfeitamente lógica no contexto da Guerra Fria, quando a União Soviética e os Estados Unidos se espionavam mutuamente, a explicação do acidente não convenceu os ufólogos. Eles insistem que o avião de Mantell foi abatido por uma nave alienígena.

Crenças em acidentes de naves espaciais e preservação de humanóides foi disseminado por uma série de fraudes, incluindo o chamado relatório MJ-12, de 1980. Esse documento apontava a existência de uma conspiração. Denominado Majestic 12, esse documento foi autorizado pelo próprio presidente americano Harry Truman (1884-1972), com o objectivo de encobrir o suposto acidente com os extraterrestres. O tal documento logo se revelou uma fraude. Mesmo assim, alguns ufólogos ainda são enganados por ele. Outra fraude ligada ao Caso Roswell foi o escatológico filme que mostrava a autópsia de um extraterrestre. O filme foi exibido amplamente na televisão americana e em todo o mundo, mas logo ficou provado que ele não passava de um engodo.

Perseguição por extraterrestres!

Quem mais ajuda a difundir a crença em discos voadores não são os ufólogos, com suas versões muitas vezes bem intencionadas sobre visitas de alienígenas e sequestros de humanos. O que mais contribui para manter acesa a imaginação das pessoas propensas a acreditar em extraterrestres são filmes:
- "Contactos Imediatos do Terceiro Grau" (1977);
- "ET" (1982);
- "Independence Day" (1996).
Foram imediatamente seguidos, logo depois de seus lançamentos, pelo aumento dos relatos sobre aparições de discos voadores e alienígenas. Um filme que causou especial alvoroço foi "The UFO Incident" (1975), baseado num suposto sequestro de um casal por extraterrestres em 1961 – o famoso caso Betty and Barney Hill. Esse caso, de grande repercussão na imprensa sensacionalista, induziu milhares de americanos a se apresentarem dizendo que também foram sequestrados por seres alienígenas de outros planetas.

Em todos esses casos, não se encontrou uma única prova que fosse verdade. Isso não quer dizer que todos os que relataram experiências com alienígenas sejam mentirosos ou vigaristas. As suas versões podem ser explicadas como alucinações. Numa situação típica, a pessoa acabou de se deitar ou é acordada no meio da noite pela visão de seres extraterrestres invadindo seu quarto. De repente, os vultos se dirigem para a escuridão e desaparecem, sem serem vistos por mais ninguém – nem mesmo pelos vizinhos. As supostas naves aterram e descolam sem aparecer na tela dos radares ou chamar a atenção dos guardas nocturnos. O diagnóstico dos psicólogos é simples: trata-se de um processo fantasioso que ocorre quando o indivíduo não está totalmente desperto do sono. A fantasia se mistura com a realidade, causando alucinações. No início, essas pessoas tem apenas a sensação de um sonho vívido. Influenciadas pelas histórias sobre discos voadores na televisão e na imprensa, chegam à conclusão de que passaram na vida real, por experiências que só aconteceram no mundo dos sonhos. O próximo passo é buscar ajuda de hipnotizadores, que os ajudam a reconstituir, em detalhes, todas as peripécias do sequestro.

Hipnose fantasiosa

Apesar da crença popular sobre a hipnose como um meio credivel de devolver a memória perdida, ela é quase sempre, um convite à fantasia. Muitas das lembranças que aparecem durante a hipnose não passam de memórias criadas no próprio inconsciente. Depois de várias sessões de hipnose, os sequestrados costumam ficar confusos sobre o que é verdade e o que é fantasia.

Os psiquiatras e psicólogos que promovem a crença em sequestros extraterrestres - como o Dr. John Mack, autor do livro "Abduction: Human Encounters with Aliens" (1994) - esquecem ou omitem provas comprovando que muitos dos supostos sequestrados apresentam fortes propensões a confundir fantasia com realidade. E não são poucos. Pelo menos 5% do público geral têm propensões a crises fantasiosas. Um estudo dos 13 casos mais famosos do Dr. Mack demonstram que os seus pacientes possuem muitos destes traços.

Segundo um inquérito:
- 12% dos americanos acreditam já ter visto discos voadores.
- 49% acreditam que o governo americano esconde provas da existência de alienígenas.
- 48% dos americanos acreditam que os relatos de pessoas que viram ovnis são verdadeiros.
Não existem dúvidas de que há uma forte possibilidade de existir vida – e seres inteligentes – em outras partes do Universo. Infelizmente, até agora, ufólogos e investigadores sérios têm falhado em demonstrar qualquer tipo de evidência material consistente que indique a visita de alienígenas na Terra. Até que isto ocorra, os chamados ufólogos continuarão sendo vítimas das fraudes e do folclore popular.
 
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