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Presidente do Paraguai pode ser obrigado a deixar o cargo

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RoterTeufel

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Fernando Lugo enfrenta processo devido a conflito agrário que resultou em 19 mortes
Presidente do Paraguai pode ser obrigado a deixar o cargo


O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, cujo mandato só termina em Agosto do próximo ano, poderá ter que deixar o cargo bem antes.

Com uma velocidade espantosa e nada usual em casos destes, a câmara dos deputados paraguaia aprovou nesta quinta-feira quase por unanimidade a abertura de um processo de perda de mandato contra Lugo devido a uma acção desastrosa da polícia num conflito agrário que ocorreu na semana passada, do que resultaram 19 mortes.

Além da velocidade com que os deputados chegaram à votação para abertura do processo de afastamento, trâmite que normalmente levaria muitos meses, surpreendeu também o quórum pelo qual a medida extrema foi aprovada, outra situação nada comum. A abertura do processo de foi aprovada por 73 votos a favor e apenas 1 contra, o que espantou todos os observadores políticos, apesar de o parlamento do Paraguai ser controlado por adversários de Lugo.

Agora, para que o processo seja realmente aberto, tem que ser aprovado igualmente pelo senado. Mas isso é dado como praticamente certo, pois a câmara alta também é dominada pela oposição.

Em discurso na rede nacional de rádio e televisão, Fernando Lugo garantiu aos paraguaios que nada o fará renunciar ao mandato que recebeu do povo há quatro anos, e que enfrentará o processo até ao final.

O Brasil, que de forma oficial apenas informou acompanhar a situação no país vizinho “com atenção e apreensão”, classifica nos bastidores diplomáticos a rapidez com que tudo está a acontecer como um golpe de estado velado, mas evita pronunciar-se.

O conflito que deu origem a esta medida extrema contra Lugo ocorreu semana passada na região de Curuguaty, perto da fronteira entre o Paraguai e o Brasil. Uma força policial, que tentava desocupar uma propriedade onde se encontravam militantes ligados ao movimento dos Sem Terra foi recebida a tiro. As autoridades reagiram, tendo sido contabilizados 11 mortos entre os Sem Terra e oito do lado da polícia, bem como 200 feridos.

Ex-bispo católico que renunciou aos votos e se envolveu em escândalos sexuais com várias mulheres, Fernando Lugo foi eleito com um ambicioso programa de melhoria das condições de vida dos mais desfavorecidos, mas não conseguiu cumprir muito do que prometeu, em parte porque o parlamento é controlado pela oposição.


C. da Manha
 
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