• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Patti Smith regressa aos discos com Banga

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,985
Gostos Recebidos
346
ng1252003_435x190.jpg


Patti Smith regressa aos discos com Banga

Para Patti Smith, a música sempre foi um veículo para desenvolver a sua arte primordial: a poesia.
Depois de vários anos de deriva artística – antes procurou encontrar-se na pintura, como nos conta em Apenas Miúdos, o livro autobiográfico lançado em Portugal no ano passado pela Quetzal –, a descoberta sonora como forma de ampliar a sua escrita aconteceu na década de 70, quando editou Horses (1975), o disco mais representativo da sua obra e que marcou o formato poético punk.
Quase 40 anos depois da estreia, e oito sem um disco de originais, Banga, o 11.º álbum da poetisa-cantora (cujo título é inspirado no cão de Margarita e o Mestre, romance do russo Mikhail Bulgákov), devolve-nos essa Patti Smith musicalmente lírica e concentrada nas explorações poéticas experimentais, intimistas, energéticas e, muitas vezes, abstractas e indecifráveis.
Por isso mesmo, não é de estranhar que tenha convocado para parceiros de criação os mesmo cúmplices de Horses: o guitarrista Lenny Kaye, o baterista Jay Dee Daugherty e o baixista e teclista Tony Shanahan. Este ‘reencontro’ com o passado acabou por também influenciar Patti Smith a criar um disco povoado de referências.
Além de evocar, novamente, a memória do fotógrafo e melhor amigo Robert Mapplethorpe (na canção ‘Just Kids’, como o romance homónimo), a cantora dedica ‘This is the girl’ a Amy Winehouse (que nunca chegou a conhecer) e ‘Maria’ à actriz francesa Maria Schneider, ambas falecidas em 2011. Há ainda referências à destruição que tomou conta do Japão no ano passado, na canção ‘Fuji-san’. Mas isso não chega para fazer de Banga um disco negro.
A excelente versão de ‘After the Gold Rush’, de Neil Young, o single bem-disposto de avanço ‘April Fool’, o longo devaneio esotérico, de 11 minutos, expresso em ‘Constantine’s Dream’ ou o sonhador ‘Americo’ são alguns exemplos do luminoso trabalho que agora nos chega e que mostra uma Patti Smith, aos 65 anos de idade, com uma força criativa renovada, num terreno de composição onde ela ainda é a única rainha.

Fonte: SOL
 
Topo