Fim de isenções nas ex-SCUT revela 'falta de bom senso'

A comissão de utentes da A28 disse hoje à Lusa que o Governo revelará «uma grande falta de bom senso» caso coloque um ponto final nos descontos e isenções nas antigas SCUT.Apesar de o Governo «ainda não ter clarificado esta questão», algo que José Rui Ferreira, o porta-voz dos utentes, lamenta, o também utente diário desta via sublinha que se o impacto com a introdução de portagens nestas vias «foi grave, imagine-se a partir de agora».
E lembra «a acentuada diminuição de tráfego nestas estradas, assim como os efeitos negativos económicos e sociais».
José Rui Ferreira continua a defender que todo este processo, de introdução de portagens nas antigas SCUT «deveria ser reconsiderado e as portagens deveriam mesmo acabar», mas, e no imediato, «as isenções têm que se manter».
As isenções nas antigas SCUT devem acabar a 30 de junho nas regiões com um índice de poder de compra acima de 80 por cento da média do PIB per capita nacional, segundo avançou à Lusa, em abril, fonte da Estradas de Portugal.
Uma informação que tinha por base a resolução do Conselho de Ministros de 22 de setembro de 2010, que instituiu a aplicação de portagens nas SCUT.
«A partir de 01 de julho de 2012, a aplicação do regime de discriminação positiva manter-se-á apenas nas ex-SCUT que sirvam regiões mais desfavorecidas, tendo em conta o índice de disparidade do Produto Interno Bruto (PIB) per capita regional, nomeadamente nas regiões que registem menos de 80 por cento da média do PIB per capita nacional», explicava ainda a fonte.
José Rui Ferreira realça que os utentes das várias SCUT do Norte, portajadas desde outubro de 2010, «exigem» que, «no mínimo» e «em termos imediatos», «continuem» a ser aplicadas isenções.
Aliás, todo este processo tem que ser visto «com muita preocupação», sobretudo se se verificar que os descontos vão terminar».
Esta será uma medida que só vai «acrescentar crise à crise», concluiu.
Em dezembro de 2011, segundo dados oficiais, estavam em vigor 336.460 isenções para circulação na A28, A29, A41 e A42 (na região Norte), A22 (Algarve) e A23, A24 e A25 (Centro).
Os últimos valores de tráfego nestas vias, relativos ao primeiro trimestre de 2012, apontam para quebras que ultrapassam os 45 por cento no Norte e os 56 por cento no Algarve.

Fonte: Lusa/SOL