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Milhares na marcha LGBT no Porto

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A comunidade lésbica, gay, bissexual e transgénero (LGBT) do Porto desfilou hoje pela baixa da cidade, em celebração de recentes vitórias legislativas no âmbito da igualdade, mas ainda com preocupações e «muito trabalho pela frente» face à aceitação social.Partindo da Praça da República até à Praça D. João I, a sétima marcha LGBT no Porto contou com milhares de simpatizantes de todas as orientações sexuais, que festejando as conquistas ao nível do casamento homossexual, lutam agora pela adopção por casais do mesmo sexo e contra o preconceito de que ainda são alvo.
«Queremos manifestar-nos de uma forma colorida, porque o apelo é também à diversidade», disse à Lusa Telmo Fernandes, da associação Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero (ILGA) Portugal, que aponta o «isolamento de jovens maltratados pelas próprias famílias» como um exemplo de que «esta luta deve envolver todas as pessoas, porque isto é uma responsabilidade social generalizada».
«É importante envolver as autarquias da região norte no cumprimento e concretização do quarto Plano Nacional para a Igualdade», considerou Telmo Fernandes, «especialmente quanto às medidas relacionadas com o combate à discriminação com base na orientação sexual e identidade de género».
Para Rita Gomes e Helena Topa, com 40 e 47 anos de idade, a marcha faz-se pela possibilidade de adoptar uma menina, algo que, segundo a mais nova do casal, «está mais do que estudado, academicamente, que não faz qualquer mal à criança e não há influência de forma alguma na sua orientação sexual, por viver com um casal de mulheres ou de homens».
«A adopção faz todo o sentido, não só do ponto de vista dos casais homossexuais mas também das instituições que estão com imensas crianças que precisam de uma família e de um lar», sublinhou Rita Gomes.
Já Para Rute Rodrigues, que aos 70 anos desfilou com uma camisola alusiva à Associação Mães e Pais pela Liberdade da Orientação Sexual, «as coisas estão [a ficar] mais abertas, mas muito lentamente, muito mais do que seria de desejar».
«Estou aqui não já pelo meu filho mas porque quero colaborar com outros pais», disse Rute Rodrigues, que à Lusa admitiu que não esperava o anúncio do filho que aos 19 anos se assumiu como homossexual.
«Sinceramente não contava», disse Rute Rodrigues, «mas reagi bem, porque gosto dele, porque confio nele, é muito sensato, toda a vida foi como é, e porque o adoro. Continuou tudo na mesma, dei-lhe um beijo e um abraço muito grandes e disse ‘Adoro-te, filho’», revelou.
A associação ILGA Portugal existe desde 1995 e, segundo o coordenador Telmo Fernandes, «desde então que muito foi conquistado. Há muitos motivos para celebrar. Estas conquistas no plano legal dão uma visibilidade acrescida e fazem com que também haja uma transformação social, de atitudes e mentalidades», considerou, lamentando que existam «no Porto, ainda muitos relatos de episódios de homofobia».
«É um homofobia que talvez não seja explícita ou se traduza em agressões físicas, o que ainda acontece, mas passa muito mais pela invisibilidade das relações», explicou Telmo Fernandes, salientando que «sempre que se fala de uma cidade, de novas medidas e novas políticas, as pessoas LGBT são excluídas e nós queremos que de facto elas sejam tidas sempre em consideração, quer nas políticas culturais, quer nas políticas sociais», declarou.

Fonte: Lusa/SOL
 
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