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Um artigo de investigação da BBC sugere que as empresas estão a perder grandes somas de dinheiro em anúncios para terem mais «likes» dos membros do Facebook, que acabam por não ter um interesse real nos seus produtos. A maior parte das receitas do Facebook provêm da publicidade na rede social e o seu desempenho está sob a mira dos mercados financeiros pois a empresa lançará os seus primeiros resultados financeiros, desde a entrada em bolsa, a 26 de Julho.
No início do ano o Facebook revelou que entre 5 a 6% dos seus 901 milhões de utilizadores podem ser falsos, o que representa às volta de 54 milhões de perfis falsos. Em declarações à BBC Graham Cluley da empresa de segurança Sophos afirma que este é um problema de grande dimensão.
Este perito afirma que o Facebook está a minimizar o problema porque é do seu interesse. Citado pela BBC, Cluley diz mesmo «eles estão a fazer dinheiro cada vez que um anúncio de uma empresa leva a um fã falso». Salientando também que, possivelmente, o Facebook está a fazer esforços para debelar o problema, mas que pode ser difícil distinguir os perfis verdadeiros dos falsos.
O artigo relata ainda o caso de um consultor de redes sociais que em algumas das suas acções detectou que a maior parte dos «likes» às páginas das empresas que aconselhava vinham de países como as Filipinas ou o Egipto, oriundos de perfis de pessoas entre os 13 e os 17 anos com uma média de «likes» entre as 3 mil a 4 mil, chegando algumas aos 5 mil.
Este consultor apontou ainda alguns exemplos de perfis que pareciam ser inventados. Como por exemplo o caso de um Agung Pratama Sevenfoldism que tinha como data de nascimento 1997 e tinha sido gestor da Chevron em 2010.
Um experiência levada a cabo pelos repórteres da BBC mostrou que este não era um assunto tão incomum. Os repórteres criam um perfil falso de um empresa e o número de «likes» que atriu do Egipto e das Filipinas era desproporcional em relação a países como os EUA ou o Reino Unido. Por exemplo, um fã do Cairo dizia chamar-se Ahmaed Ronaldo e afirmava ter trabalho no Real Madrid.
A BBC falou ainda com o responsavél pelo social marketing de uma das maiores empresas do Reino Unido que afirmou estar muito céptico acerca do real valor dos anúncios no Facebook. Acrescentando ainda que o investimento que a sua empresa fez nos anúncios trouxe pouco retorno no que respeita às vendas, tendo a empresa tido mais sucesso através do trabalho feito nas suas contas na rede social, sem ter necessidade de comprar anúncios.
O porta-voz do Facebook desvaloriza a situação e acrescenta que não têm visto que este seja um problema significativo, sendo o número de clientes satisfeitos com os anúncios bastante elevado. E acrescenta mesmo que «De facto existe uma pequena percentagem de utilizadores que usa pseudónimos para abrir uma conta, mas isto é conta as nossas regras e nós usamos sistemas automatizados e as denúncias dos utilizadores para os detectar».
Fonte: SOL