Metro de Lisboa 'cresce' até ao aeroporto
O Metropolitano de Lisboa vai ter a partir de hoje mais 3,3 quilómetros, com a abertura do troço da Linha Vermelha que liga a estação do Oriente e o aeroporto, um investimento na ordem dos 218 milhões de euros.O prolongamento conta com as novas estações de Moscavide, Encarnação e Aeroporto e a empresa estima que neste troço a média mensal do número de passageiros cresça em 400 mil.
A rede do metro fica assim sete vezes maior do que quando foi inaugurada, em 1959, com 6,5 quilómetros de extensão.
Na altura, a rede abriu ao público com 11 estações e uma única linha em forma de Y, constituída pelos troços Sete Rios-Rotunda (Marquês de Pombal) e Entrecampos-Rotunda, que confluíam no troço comum Rotunda-Restauradores.
Hoje, o metro tem 55 estações, espalhadas por quatro linhas (amarela, azul, verde e vermelha) numa extensão de 43 quilómetros.
As novas estações abriram pelas 6h30 e a do Aeroporto tem nas suas paredes obras do cartoonista António, tendo a empresa reservado para esta vertente estética 200 mil euros (0,1% do orçamento).
Entre as 53 figuras retratadas estão, por exemplo, Amália Rodrigues, Vieira da Silva, Sacadura Cabral e Gago Coutinho.
Os planos do Metropolitano de Lisboa para o futuro passam pela extensão Amadora-Este/Reboleira (as obras deverão recomeçar em 2013), na Linha Azul, e a criação de uma interface no Terreiro do Paço.
Irão também decorrer obras nas estações da Baixa-Chiado e do Colégio Militar para melhorar as acessibilidades, nomeadamente a pessoas de mobilidade condicionada. A estação do Areeiro será alvo de uma remodelação.
Na segunda-feira, durante uma visita do Governo e outros responsáveis à nova estação do Aeroporto, uma delegação de organizações representativas dos trabalhadores da empresa marcou presença para solicitar uma reunião com o secretário de Estado dos Transportes.
Aos jornalistas, Paulo Alves, trabalhador da empresa, afirmou ter recebido de Sérgio Monteiro a resposta de que um encontro deverá acontecer «brevemente».
Os trabalhadores pretendem «ser parceiros e não oponentes» das reformas no sector e discutir quem está a pagar as obras, uma vez que é a empresa a «recorrer à banca em nome do Estado».
Uma carta que entregaram a Sérgio Monteiro indica que na extensão que inclui as estações de Moscavide, Encarnação e Aeroporto «é o Metro que tem que suportar os 226 milhões do custo, numa obra com laivos de megalomania, que os encarecem, que depois se reflectem nos utentes através do aumento dos preços e na justificação do roubo dos salários aos trabalhadores».
Fonte: Lusa/SOL