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As Ratazanas do Convento de Mafra!

maar3amt

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Boa noite pessoal,



Muitas são as histórias sobre as "monstruosas" ratazanas do convento de Mafra.

Sempre me interessei pelo assunto, no entanto nunca consegui obter informações relevantes sobre esta história ou mito!?

Os famosos túneis infestados de ratazanas, as dezenas de vidas devoradas, as diversas tentativas de desinfestação fracassadas etc !?

Tudo isto é real ou será um mito?


Agradecia todas as informações que me possam elucidar nesta matéria.
 
Última edição por um moderador:

mjtc

GF Platina
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Filme: "Os Ratos Gigantes do Convento de Mafra"

Espero que os americanos de Hollywood nunca saibam do mito das ratazanas gigantes de Mafra. O mais provável seria fazerem um filme de terror baseado nas histórias que se contam.

Como seria esse filme? Não é difícil de prever. Poderia começar em 1965.

Primeira cena: No Portugal Salazarista e atrasado, dois técnicos da Bayer chegam ao convento com o objectivo de proceder à desratização dos imensos e misteriosos subterrâneos do convento. Descem para as profundezas dos abismos, não ligando aos avisos da população local que, no filme, se encontra vestida de negro e fala em espanhol.

Os técnicos ouvem ruídos estranhos. Notam as sombras sinistras projectadas nas paredes. O medo vai aumentando. De súbito, são atacados por um bando de ratos gigantes do tamanho de cães e tão ferozes como piranhas. Os homens são feitos em esqueletos ao som de violinos abelhudos.

Segunda cena: Cai a noite no convento do terror. Soldados da Escola Prática de Infantaria estão no terraço a caçar pombos. Estão vestidos com a farda número 3 que, se bem me lembro, é suficientemente foleira para representar o Portugal atrasado dessa altura.

Um deles cai de uma altura de oito andares e para cúmulo do azar, em vez de se emborrachar no chão, cai no buraco dos esgotos. Uma vez que não se pode morrer duas vezes, a não ser em filmes de terror mais elaborados, o que não é o caso, este pobre soldado escapa à queda, embora fique muito ferido. Os pulmões, contudo, funcionam bastante bem – o suficiente para gritar de horror quando um exército de ratazanas gigantes o come vivo.

Terceira cena: Soldados de Infantaria atam uma vaca, penduram-na de cabeça para baixo e fazem-na descer pelas catacumbas abaixo. Estão todos muito excitados, gesticulam muito uns com os outros e falam muito depressa.

Dado que a acção não se passa nos Estados Unidos, nenhum guindaste é usado: são os próprios soldados que suportam o peso da vaca. Quando ela finalmente chega lá em baixo, o que podemos ouvir são os mugidos lancinantes do pobre animal enquanto é comido vivo pelos monstros que vivem nas profundezas infernais do convento.

Quarta cena: A Bayer não desiste de decifrar os problemas dos ratos. Propõe a Salazar (numa reunião ultra-secreta) um plano completo de desratização de Mafra. Embora o conhecimento da História de Portugal seja irrelevante quando se quer contar apenas uma história, os produtores fizeram um trabalho cuidadoso de investigação e concluíram que Salazar é um dos bad guys: é retratado como um velho sinistro, parecido com o Imperador Sith de A Guerra das Estrelas e com uma respiração a fazer lembrar a do Darth Vader.

Quando os técnicos da Bayer lhe dizem que será necessário evacuar uma área de 30 quilómetros em redor do convento (por causa da quantidade de veneno necessário para matar os ratos), Salazar responde com um definitivo: "Too much expansive". Um dos técnicos – um americano – tenta demovê-lo, lembrando que a vida de milhares de pessoas se encontra em risco. "Nonsense" responde o ditador, frio e implacável. Enquanto os técnicos se retiram, desanimados, ouvem-se os gritos de sarcasmo vindos do gabinete presidencial.

Quinta cena: Estamos em 2006. Um grupo de quatro estudantes – dois gajos pintarolas e duas raparigas boas como o milho – estão de férias em Portugal. Resolvem ir para a Serra de Sintra passear porque sim. Perdem-se. Cai a noite. Acendem uma fogueira e conversam um bocadinho. Cada casal se retira e manda uma queca, de forma a que o pessoal do cinema se distraia um bocado a ver as mamocas das miúdas enquanto não se inicia a carnificina.

Depois da queca, chegam à conclusão que estão cheios de fome e resolvem aventurar-se pela serra a ver se encontram um restaurante McDonalds. "No way man, McDonalds aqui?" - diz o estúpido do grupo. "Portugal está diferente, dude" – responde o companheiro de aventura, ajustando os óculos de intelectual. "Ficou independente de Espanha quando entrou na European Union e agora é um país mais evoluído. Agora até já falam brasileiro". Saber-se-á mais tarde que este tipo espertalhaço é filho do técnico da Bayer que, anos antes, tentou salvar os habitantes de Mafra e não conseguiu.

O grupo acaba por entrar inadvertidamente nos tais subterrâneos do convento e pronto, a partir de agora desenrola-se uma história do género Aliens Made in Portugal. Posso apenas dizer que no fim do filme os gajos morrem comidos pelos ratos e as meninas sobreviventes formam um convento de lésbicas nos subterrâneos e que uma sequela já está prometida.
 
Fonte: Marco Santos - 5/12/2006
 
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