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Castelo de Arnóia

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O Castelo de Arnóia, também conhecido como Castelo dos Mouros ou Castelo de Moreira, ergue-se na povoação e Freguesia de Arnóia, concelho de Celorico de Basto, Distrito de Braga, em Portugal.

Ergue-se sobre um maciço de pedra, em posição dominante sobre a povoação que outrora foi a sede do Concelho com Casa da Câmara, Pelourinho e Cadeia.

Antecedentes

Embora alguns autores remontem a primitiva ocupação humana deste sítio à época romana, esta afirmação não se encontra documentada.

O castelo medieval

A época da construção deverá remontar ao final do século X ou início do XI, acredita-se que ligada à defesa do vizinho Mosteiro de São Bento de Arnóia, também fundado neste período. Contribui para esse raciocínio a data de 1034, assinalada na lápide da sepultura do alcaide do castelo (e provável fundador do mosteiro, segundo alguns autores), Múnio Muniz, no claustro daquele mosteiro.

No século XIII, as Inquirições do reino de 1258 referem alguns casais nas freguesias de Arnóia, Caçarilhe e Carvalho, obrigadas à alimentação dos cães de guarda do castelo e da preparação da cal necessária para a sua conservação.

Com a morte do rei D. Afonso III (1210-1279), tendo rendido preito de homenagem a D. Brites ou Beatriz (rainha viúva e testamenteira do falecido), o alcaide deste castelo, Martim Vasques da Cunha, após o afastamento da senhora para Castela por desentendimentos havidos com D. Dinis (1279-1325), teve dificuldades com o novo soberano, que se recusou a desobrigá-lo do seu compromisso de honra. Segundo reza a tradição, tendo consultado diversas cortes européias sobre como proceder honrosamente nesse impasse, fez sair a guarnição e gentes do castelo, trancando-se no seu interior. Tendo lançado fogo a uma das habitações no seu interior, "salvou-se" descendo-se por um cesto suspenso por uma corda amarrada em uma das ameias. Desse modo, exonerou-se da função sem ferir o compromisso de honra assumido. Verdadeira a narrativa ou não, é fato que, em 1282, D. Dinis arrendou os domínios de Celorico de Basto a Martim Joanes, pelo montante de 210 morabitinos, com a obrigação de que o arrendatário contratasse um cavaleiro para as funções de alcaide deste castelo. Os domínios e o castelo foram arrendadas pelo mesmo soberano em 1284 aos moradores de Celorico de Basto.

No alvorecer do século XV, D. João I (1385-1433) doou o senhorio de Celorico de Basto e seu castelo a Gil Vasques da Cunha (1402), o que denota a importância e tradição dessa família na região.

No século seguinte, D. Manuel I (1495-1521) concedeu foral a Celorico de Basto (29 de Março de 1520), estabelecendo a sede do Concelho em Arnóia, lugar do castelo.

No contexto da Dinastia Filipina, no século XVII, a alcaidaria era exercida pela família dos Castros.

Do século XVIII aos nossos dias

Segundo se afirma, devido ao grande isolamento da vila, o rei D. João V (1706-1750) determinou a mudança da sede do Concelho de Arnóia para o lugar de Freixieiro em Britelo, doravante denominado Vila Nova do Freixieiro, hoje Celorico de Basto (21 de Abril de 1719). A mudança acelerou o processo de decadência de Arnóia.

Em meados do século XX, o Castelo de Arnóia foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 15 de Março de 1946. Em nossos dias, afecto ao Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), que lhe concluiu obras de consolidação e restauro, o Monumento reabriu ao público desde Janeiro de 2004.

Características

Castelo de reduzidas proporções, apresenta planta poligonal irregular orgânica (adaptada à conformação do terreno). Para a sua construção foram procedidos trabalhos de desaterro, visando dificultar-lhe o acesso.

As muralhas, em cantaria de granito, são percorridas por um adarve e reforçadas a norte por um sólido cubelo. No setor sul, rasga-se o portão de entrada com portal de verga reta, precedido por uma escadaria de acesso e defendido pela Torre de Menagem, de planta quadrangular. A porta desta, voltada para a praça de armas, abre-se a cerca de três metros do solo. É acessada por uma escada exterior, construída na década de 1970. O interior divide-se em três pavimentos (o inferior como cave e os dois superiores assoalhados) e o acesso ao telhado de quatro águas é feito, por sua vez, através de uma escada interna. O topo da torre é rematado por merlões.

Ao centro da praça de armas, delimitada pelas muralhas, abre-se a cisterna do castelo. No exterior, na encosta a norte, localiza-se a antiga forca, inscrita em um trecho de mata de pinheiros e de carvalhos. Tanto esta, como o Pelourinho, foram restaurados na década de 1960.
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