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Fátima: Peregrinos rezam pelo que o 'Governo tirou' aos portugueses

florindo

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Out 11, 2006
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Maria Rosa veio à peregrinação dos dias 12 e 13 de agosto decidida a cumprir uma promessa e a pedir a Nossa Senhora que garanta o emprego que a crise levou e os subsídios que o «Governo tirou» aos portugueses. José Domingos, emigrante a viver a reforma entre Ourém e Paris, olha para os compatriotas que chegam a França como um regresso à década de 60, e constata o drama social que espera alguns dos que saem do país: «Ficam por sua conta, dormem por lá em barracas e debaixo das pontes».
Carmen Martins veio de Santa Maria da Feira e teme que a emigração seja o único caminho a percorrer para alguns dos familiares que agora concluíram os estudos, compreendendo, por isso, que «as pessoas venham [a Fátima] pedir sobretudo saúde e trabalho».
Luís Alberto já está na Suíça desde 1992 e tem mais lágrimas do que palavras para descrever o impacto de um problema de saúde que o ameaçou recentemente, para explicar como é que a crise, que «está por todo o lado», assombra também o trabalho que já sentiu mais seguro.
No recinto, cruzam-se promessas, mas também a crença de que Nossa Senhora «vai olhar por todos nós, para nos dar muito trabalho» e que «o Governo vai olhar para as pessoas com salários mínimos» e para «aquilo que nos tirou», resumiu Maria Rosa, à entrada do tocheiro.
Aos 30, sobreviveu a um cancro, «com filhos pequenos», aos 46 veio agradecer à Virgem Maria o que fez pelo seu futuro genro e tudo o que tem feito por si ao longo dos anos.
«É a minha segunda mãe, tenho a da terra e a do céu», sublinhou.
A guardar lugar desde manhã no recinto, virado para a basílica, José Domingos veio «pedir a Nossa Senhora que melhore a vida dos portugueses», com especial atenção para aqueles que procuram outra sorte fora do país.
O emigrante diz que a comunidade portuguesa em França vai ajudando como pode, mas que «não é suficiente para a necessidade da gente que vai chegando. Por vezes, trabalho encontra-se, mas não alojamento».
Na Suíça, a experiência de Luís Alberto, que viveu 30 anos em Aveiro antes de emigrar, coincide na ideia de que «a crise está por todo o lado», mas também na ameaça de desemprego.
«Agora sente-se mais a crise. Temos trabalho, mas não é como há dez anos», referiu, preocupado.
Este ano veio pedir ajuda a Deus por causa de «um problema numa artéria», revelou, apontando para o peito, sublinhando a força de uma certeza: «Para trabalhar é preciso ter saúde».

Fonte: Lusa/SOL
 
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