Londres ameaça invadir embaixada do Equador para prender Assange

As autoridades britânicas ameaçaram invadir a embaixada do Equador em Londres caso o país dê asilo político a Julian Assange.
A decisão será conhecida ainda hoje.
A denúncia foi feita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo Patino, à margem de uma conferência de imprensa.
A possibilidade de uma acção contra o edifício da embaixada em Londres foi imediatamente interpretada como «hostil e intolerável».
Qualquer assalto «seria interpretado como um ataque contra a nossa soberania, e obrigar-nos-ia a responder com a maior força diplomática», declarou o ministro depois de dar conta da ameaça das autoridades britânicas.
O Reino Unido, por sua vez, mostra-se determinado a cumprir aquilo que descreve como a «obrigação legal» de extraditar Julian Assange para a Suécia.
«Queremos deixar bem claro que não somos uma colónia britânica. Esses tempos acabaram», afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador depois de uma reunião com o presidente Rafael Correa.
Julian Assange refugiou-se na embaixada do Equador no Reino Unido no passado dia 19 de Junho para evitar a extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes de abuso sexual.
Além de negar as acusações de que é alvo, o ex-hacker teme que, uma vez extraditado para a Suécia, seja depois enviado para os EUA, onde acredita que as autoridades o querem punir pela publicação dos milhares de documentos secretos norte-americanos que, em 2010, caíram como uma bomba no seio de Washington.
Depois de ter perdido uma longa batalha judicial contra a extradição, o Equador parece ser a última cartada do fundador do Wikileaks. Mas nem mesmo essa deve ser um grande trunfo. A verdade é que, mesmo que o país sul americano garanta asilo a Assange, as suas hipóteses de deixar a sede da embaixada em Londres sem ser detido são mínimas.
Perante a ameaça «intolerável» do Reino Unido, o governo de Quioto mostrou-se desagradado e afirmou que a decisão sobre o pedido de asilo seria divulgada já esta quinta-feira pelas 7h locais, 12h em Portugal continental.

Fonte: AP/SOL