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Triplo homicídio planeado ao pormenor

florindo

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Francisco Ribeiro fez uma cópia da chave do elevador do prédio para conseguir trancá-lo e incendiar as familiares e o segurança que as acompanhava.
Tudo indica que planeava o ataque há meses.
Quem o conhece conta que a ideia de vingança não lhe saía da cabeça. Francisco Ribeiro terá levado meses a planear o ataque à cunhada, Maria de Lurdes, e à sobrinha, Rute.Passava os dias à porta de uma das clínicas de Lurdes, na Amadora, e conseguiu uma cópia da chave do elevador do prédio onde todos moravam, em Queluz. Esta segunda-feira, usou-a para trancar no elevador as duas mulheres e o segurança que as acompanhava, deixando-os a ser consumidos pelo fogo que ateou.
«A chave dos elevadores continua na sala do condomínio», garantia ao SOL Susana Barros, porteira do prédio, um dia depois do crime. Está ali guardada, desde que há uns anos um acidente durante as suas férias levou a administração a decidir que haja sempre uma chave em permanência no prédio. «A única explicação é que ele tenha feito uma cópia já há algum tempo», avança a porteira, que ainda não se conseguiu refazer do choque provocado pelo crime que transformou para sempre o pacato prédio da Rua de Timor, em Queluz, onde Maria de Lurdes e as suas duas irmãs viviam.
Os problemas entre Francisco e Lurdes, porém, só terão começado quando, há cerca de três anos, o seu marido (e sócio do cunhado) morreu com um ataque cardíaco fulminante. Foi aí que se iniciou uma disputa pelas clínicas de fisioterapia e medicina dentária em Queluz e na Amadora, das quais Francisco chegou a ser sócio.
Afastado pela cunhada e impedido por uma ordem judicial de se aproximar das instalações, Francisco Ribeiro nunca se conformou. «Há uns dois anos, empurrou-a com tanta força que a atirou ao chão», recorda a porteira. «A filha, Rute, é que levantou a mãe e o impediu de entrar em casa delas». Tempos mais tarde, Francisco ameaçou de morte a cunhada, que apresentou então queixa à PSP.

Segurança não estava ao serviço

Assustada, Lurdes recorreu aos serviços da empresa de segurança das clínicas, Mama Sume.
«As nossas clientes estavam muito preocupadas, mas explicámos-lhes o limite das nossas funções», conta o director de operações da empresa – que não quer dar o nome –, explicando que não detém alvará que permita realizar acompanhamento pessoal.
«O Ailton estava nas suas horas livres a acompanhar as senhoras, porque havia uma familiariedade muito grande com elas».
Segundo o responsável da Mama Sume, o brasileiro Ailton Pacheco foi destacado para prestar serviço nas clínicas e rapidamente estabeleceu uma relação de proximidade com Lurdes e Rute, que o fez oferecer-se para as acompanhar fora do horário de serviço.
«Várias vezes o alertámos para o facto de isso o pôr em risco e não ser correcto do ponto de vista profissional.
Mas ele era um indivíduo alegre e grande, e desvalorizava as coisas».
Os vizinhos confirmam a amizade e asseguram que, há cerca de dois anos, Ailton (ou ‘Jardel’, como era conhecido) «chegava a passar noites inteiras à porta» de Lurdes e Rute.
«A D. Lurdes não saía de casa sem ele», comenta Paula, dona de uma papelaria na rua.
O director da Mama Sume confirma que havia razões para temer os «comportamentos impulsivos» de Francisco Ribeiro. «Tínhamos indicação de que passava tardes inteiras estacionado no carro à porta da clínica da Amadora», conta, ressalvando que os seus homens nunca precisaram de ter uma «atitude mais viril» para o afastar.
Desempregado e sem ocupação conhecida, Francisco tinha tempo de sobra para estudar as rotinas da cunhada que vivia no apartamento por cima do seu.
Na segunda-feira, essa informação bastou-lhe para ter a certeza de que por volta das sete da manhã era ela, a filha de 34 anos (assistente administrativa nas clínicas) e o segurança quem desciam no elevador, de saída para o último dia de funcionamento das clínicas antes das férias.
Conseguiu travar a descida, na casa das máquinas, encurralando o ascensor entre dois pisos.
Sem possibilidades de saírem ou se defenderem, os três foram regados com um líquido inflamável (ainda não identificado pela Polícia) e trancados.
Apenas um vizinho do 1.º andar ouviu «uns gritos abafados» e sentiu o fumo que o fez chamar os bombeiros. Nessa altura, já Francisco, com queimaduras na cara e nos braços, se dirigia à esquadra da PSP da Mina, na Amadora, para se entregar.
Ontem, as autoridades aguardavam que tivesse alta hospitalar para o interrogar.
«Quase de certeza ficará detido», avança fonte da Polícia Judiciária, que sublinha «as circunstâncias terríveis» e os contornos pouco habituais deste crime tão «violento».
Francisco arrisca uma pena até 25 anos de prisão, por homicídio qualificado.

Fonte: SOL
 
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