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Investigador português no encalço do elixir da eterna juventude

billshcot

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Nov 10, 2010
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Uma equipa de cientistas da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, liderada pelo investigador português João Pedro Magalhães, desenvolveu um novo método para identificar novos genes que aumentam a longevidade. O cientista luso acredita que um dia seja possível desenvolver um medicamento anti-envelhecimento.

Segundo o principal autor do estudo contou ao jornal «Ciência Hoje», “inicialmente o objectivo era identificar genes ligados à restrição calórica [também conhecida como Dieta da Longevidade], estudada em ratos”, já que – e, como se sabe desde os anos 30 – “se se diminuir a quantidade de calorias que normalmente ingerem, os animais vivem significativamente mais tempo. É quase como se o processo de envelhecimento fosse abrandado”.

João Pedro Magalhães sustenta que aquilo que realmente interessa à equipa, que trabalha em colaboração com a Universidade do Arkansas (EUA), “são os genes envolvidos neste processo, tal como as sirtuínas, identificadas pela primeira vez em leveduras” [classe de enzimas implicadas no envelhecimento e na regulação da transcrição, apoptose e resistência ao stresse e à fome e que podem ser encontradas em vários organismos, desde as leveduras e bactérias aos humanos], “através da análise de dados combinados para perceber que genes são mais importantes no processo de modelação do envelhecimento como resposta à restrição calórica”.

A análise bioinformática consistiu em identificar vários novos genes ligados à modelação do envelhecimento com base na restrição calórica. A equipa de Liverpool identificou e testou nove genes e encontrou “mutações em oito deles que impedem o aumento da longevidade, com base na restrição calórica e três deles aumentam-na em condições normais – o que sugere que serão genes que induzem a um efeito semelhante nas células ao da restrição calórica, mesmo quando os organismos não estão sob o efeito desta”, explicou ainda o investigador luso.

A restrição calórica consiste em ingerir menos calorias do que o normal. Este género de medida poderá envolver apenas “por volta de mil calorias diárias, por exemplo”, mas João Pedro Magalhães ressalva que tudo depende do género, já que varia se for homem ou mulher, assim como o peso, a altura e a idade também levar a diferentes valores diários. Existe mesmo a Sociedade da Restrição Calórica, um grupo que segue esta dieta.

No entanto, o cientista considera que “não existem provas suficientes que uma dieta com tão poucas calorias seja benéfica na saúde e que abrande o envelhecimento em seres humanos, já que não se fazem experiências em seres humanos”.

Recorde-se que desde os anos 30 que a restrição calórica tem sido alvo de numerosos estudos, a maior parte realizados com ratos de laboratório que quando submetidos a uma dieta restrita em calorias, viveram em média mais 50 por cento de tempo e com menos doenças associadas ao envelhecimento como a arteriosclerose, diabetes, hipertensão ou cancro. No entanto, não deve confundir-se com malnutrição, jejum ou outras formas de privação alimentar, já que visa a ingestão criteriosa de todos os nutrientes essenciais à vida, em quantidades equilibradas e suficientes, para a manutenção da saúde.Pílula anti-envelhecimento

O objectivo máximo de João Pedro Magalhães é combater o envelhecimento e encontrar “uma cura” para este processo degenerativo, ou seja, encontrar uma medida equivalente a “uma espécie de fonte da eterna juventude”; embora, tenha “a consciência prática de que não será possível tão cedo, mas não é impossível”, sustentou.

Para o microbiologista, os conhecimentos até agora obtidos para intervir no processo de envelhecimento ainda são bastante primitivos, mas a investigação sobre RC é uma linha de pesquisa importante a seguir por ser uma intervenção provada em vários modelos animais como factor de abrandamento do envelhecimento.

“Se conseguirmos identificar outros genes, tal como estes, associados à RC e que aumentem a longevidade talvez sejamos capazes de desenvolver drogas que afectem estes genes e que tenham aplicações no ser humano, ou seja, descobrir compostos que tenham os efeitos benéficos da dieta sem estar sujeito a esta”, defendeu ainda.

Este tipo de investigação poderá ter aplicações em doenças específicas relacionadas com o envelhecimento, como problemas do tipo metabólico, neurodegenerativas, diabetes tipo 2 ou o cancro.


João Pedro Magalhães
 
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