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Analista diz que Hollande tomou 'medidas simbólicas' e não mostrou rumo político

florindo

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Out 11, 2006
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O analista Bruno Cautrès, do Instituto de Estudos Políticos de Paris, sustenta que, nos primeiros 100 dias como Presidente francês, François Hollande tomou «medidas simbólicas», no registo de ‘Presidente normal’, sem mostrar um rumo para o país e para a Europa.
Em declarações a agência Lusa, o analista afirmou que o Presidente francês passou os três primeiros meses no cargo a demarcar-se do ‘sarkozismo’ e do estilo de Nicolas Sarkozy, seu antecessor, e considerou que o socialista ainda não mostrou que rumo terá a sua actuação em França e na Europa.
Para Bruno Cautrès, existe um «paradoxo» nestes primeiros 100 dias de François Hollande à frente do Eliseu: «Se, por um lado, ele tomou algumas decisões extremamente simbólicas, que dão a ideia de que está a cumprir o seu programa (como a redução do salário do Presidente e dos membros do Governo, o aumento do salário mínimo ou a reposição da idade da reforma nos 60 anos), por outro, temos a sensação de que não entrámos no âmago das questões da governação», afirmou.
«É que a crise continua presente e a questão da dívida pública do país continua a colocar-se, embora François Hollande mantenha a promessa eleitoral de, em 2013, voltar ao cumprimento dos 3 por cento de défice, e de, em 2017, o país alcançar um equilíbrio orçamental», acrescentou.
O investigador considera, no entanto, que a 'rentrée' vai «trazer uma clarificação».
À escala nacional, isso deve acontecer, estima, na preparação do Orçamento do Estado para 2013: «Hollande não pode criar um imposto de cada vez que houver um problema com as contas públicas», disse.
Ou seja, terá que haver medidas mais concretas para responder, nomeadamente, à desaceleração da economia francesa – que está estagnada e, de acordo com as estimativas do Banco de França, deverá entrar em recessão no Outono – e à destruição de empregos, agravada pelos diversos «planos sociais» anunciados para os próximos anos por grandes empresas no país, como a Peugeot-Citroën, a Alcatel ou a Air France.
Também à escala europeia o analista encontra na actuação do novo Presidente francês «ambiguidades».
O socialista teve, na perspectiva do investigador, um início de mandato «conforme à sua campanha», defendendo a renegociação do pacto europeu de disciplina orçamental e defendendo a moeda única. Contudo, «também aqui [se está] numa certa espera para conhecer a linha da política europeia de Hollande».
No campo da política externa, Bruno Cautrès considera que os 100 primeiros dias do Presidente mostraram mais uma vontade de marcar a diferença de atitude em relação ao «híper-reactivo» Sarkozy, do que uma mudança das linhas de força da política externa francesa.
«Não penso que Sarkozy tivesse seguido uma linha diferente [da de Hollande] em relação, por exemplo, à situação na Síria.
Talvez tivesse uma forma diferente de agir, ao nível de estilo, mas a linha fundamental – de oposição ao regime de Assad, de apoio aos rebeldes – não», concluiu.
O socialista François Hollande foi eleito Presidente da República no dia 06 de maio deste ano, com 51,62 por cento dos votos, contra os 48,38 por cento do candidato da direita, Nicolas Sarkozy.
Tomou posse a 15 de Maio.

Fonte: Lusa/SOL
 
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