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Ribeiro e Castro foi director-geral da TVI nos anos 90.
Considera que a poupança de dinheiro não justifica, por si só, venda de um canal.
Como está a privatização da RTP?
Sou contra a venda de um canal. Não consigo compreender os fundamentos. Se é para poupar dinheiro, seria possível sem vender um dos canais.
A razão financeira é pouca. Ou então não queremos serviço público!
Tudo o que seja a desvalorização dos valores estruturais do serviço público de radiotelevisão, eu sou contra.
Em Portugal, o serviço público deve compreender dois canais, como aliás faz parte da tradição europeia.
Por outro lado, a privatização da RTP vai trazer grande perturbação no sector.
A própria opinião pública não aceita melhor a ideia da privatização da RTP no actual momento?
Isso é verdade, prefere que se corte aí do que na Polícia ou na Educação.
Mas a qualidade da informação poderá sofrer com isso.
É um debate que deve ser feito.
E a televisão é um bem tão importante e tão sensível para a qualidade da nossa democracia que é preciso saber antes quem são os potenciais adquirentes.
Quando foi da abertura ao sector privado e quando foi do 5.º canal, sabia-se antes de haver concurso.
Porque se não houvesse ninguém interessado ou umas coisas obscuras nuns off-shore, se calhar o Governo não tinha corrido o risco.
Agora não se sabe se há interessados e quem são. E portanto acho que há um clima malsão que não é o mais adequado para avançar neste dossiê.
Já fiz um apelo para que este dossiê fosse parado até que surgissem candidatos que dêem sossego, entidades cujo rosto se conhece e cuja credibilidade é reconhecida.
Fonte: SOL