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Petrolíferas querem negociar rendas das SCUT

florindo

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A introdução de portagens está a provocar quebras até 60% nas vendas das áreas de serviço.
A viabilidade dos postos está ameaçada e a Galp, a Repsol e a Cepsa querem novos contratos.
As petrolíferas querem renegociar com as concessionárias das antigas SCUT as rendas dos postos de abastecimento.
A introdução de portagens nestas vias cortou o tráfego e as vendas para metade, colocando as áreas de serviço numa situação financeira difícil.
O encerramento de estações de serviço não está descartado.
A Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas (Apetro) adiantou ao SOL que a situação dos postos da antigas SCUT – auto-estradas sem custos para o utilizador – «é delicada» e que a renegociação de contratos está em cima da mesa.
Esta intenção foi também partilhada ao SOL por operadores como a Galp, a Repsol e a Cepsa.
Desde a introdução das portagens nas SCUT, a Galp, líder de mercado, diz ter sofrido quebras nas vendas entre 35% e 50% dependendo da localização, o que compara com uma descida de 20% no negócio das áreas localizadas nas auto-estradas tradicionais.

Tráfego cai 50% na A22

A Cepsa Portugal, que possui seis áreas de serviço nas ex-SCUT, adianta estar a perder 50% a 60% das vendas desde que existem portagens:
«É uma quebra cerca de sete vezes superior à decida das vendas de combustíveis em Portugal», lembra a petrolífera.
Já a Repsol refere que as vendas nas SCUT estão a recuar na mesma proporção da diminuição do tráfego nestas vias: entre 30% a 50%.
Segundo dados mais recentes do Instituto Nacional de Infra-estruturas Rodoviárias (INIR), relativos ao primeiro trimestre do ano, as ex-SCUT são as estradas que mais utilizadores têm perdido nos últimos meses, duas a três vezes acima da média das restantes auto-estradas.
A Via do Infante no Algarve (A22) é dos casos mais emblemáticos.
Desde a introdução de portagens em finais de 2011, a ligação entre Lagos a Vila Real de Santo António perdeu mais de metade do tráfego (54%).
A tendência foi igual em outras ex-SCUT. A Auto-Estrada da Beira Interior (A23), que liga Torres Novas à Guarda, perdeu 41%.
O tráfego na do Interior Norte (A24), que faz a ligação de Viseu a Vila Verde de Raia, caiu 37%.
E a A25, auto-estrada da Beira Litoral e Beira Alta que liga Aveiro a Vilar Formoso, sofreu uma redução de 21%.
Estes valores são muito superiores à média das auto-estradas, que perderam cerca de 16% do tráfego nos primeiros três meses do ano, face ao período homólogo, devido ao menor rendimento das famílias e à subida do preço dos combustíveis em 2012.
As petrolíferas e a Apetro lembram que as áreas de serviço nas ex-SCUT implicam custos fixos e rendas muito mais elevadas que outro tipo de estradas, independentemente do tráfego. Uma fonte do sector refere que um posto numa ex-SCUT poderá custar entre 1,5 a dois milhões de euros, dependendo da localização.
As rendas destas áreas são calculadas tendo em conta a previsão de tráfego e volume de vendas.

Combustíveis em máximos

Com quebras no negócio de 50%, muitos dos postos estão em situação difícil.
As perdas ascendem a milhares de euros por dia e abrangem não só os combustíveis, mas também as vendas nas lojas de conveniência e restaurantes presentes nestas estações de serviço.
O futuro destas áreas está agora dependente das negociações com as concessionárias, adiantam as petrolíferas.
As SCUT foram introduzidas no final dos anos 90 pelo Governo de António Guterres, tendo chegado a existir dez vias deste género em Portugal. Em2010, foram introduzidas portagens em seis.
Um ano depois, as restantes quatro seguiram o mesmo caminho.
Além das portagens, a alta dos combustíveis também está a afectar a utilização de automóveis.
Nas últimas semanas, os preços da gasolina e gasóleo atingiram novos máximos históricos em Portugal. Segundo dados da Direcção Geral de Energia e Geologia, a gasolina sem chumbo 95 superou 1,71 euros por litro esta semana, mais 11% que um ano antes e mais 18% do que em 2010.
O gasóleo – o combustível mais usado no mercado nacional – suplantou a barreira de 1,5 euros.
Está hoje 30% mais caro do que em 2010.
Estas subidas colocaram as vendas de combustíveis em queda livre: em Junho, recuaram 9% face a um ano antes.
A gasolina sem chumbo98, por exemplo, perdeu mais de 22%.
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (Anarec) estima que encerrem cerca de 300 postos de abastecimento em 2012, em virtude da crise e da diferença de preços entre Portugal e Espanha. Segundo a Apetro, o aumento da procura no Verão, a menor produção das refinarias europeias ou as tensões geopolíticas no Médio Oriente (crise na Síria, embargo ao Irão) são factores que pressionam os preços em alta.

Alta de preços veio para ficar

A forte desvalorização do euro face ao dólar (15% este ano) devido à crise da moeda única europeia está também a tornar cada vez mais caro o barril de petróleo – que é transaccionado em dólares – e os combustíveis, por arrasto.
Para a associação das petrolíferas, o preço dos combustíveis em Portugal já atingiu há muito o «ponto de fadiga».
No último ano, o preço do barril de brent – que é referência para Europa – cotado em euros subiu 22,5%, enquanto os preços da gasolina nos mercados internacionais aumentou 32% e o do gasóleo 25%.

Fonte: SOL

 
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