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Mota Engil acusada de oferecer até 40 mil euros a falecido Presidente do Malawi

florindo

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Out 11, 2006
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A construtora portuguesa Mota Engil foi acusada de fazer «pagamentos periódicos» ao falecido Presidente do Malawi Bingu wa Mutharika, mas a empresa justifica os depósitos bancários com «pagamento de livros» e uma «prenda de casamento».Segundo o jornal The Nation, um dos mais influentes daquele país do interior da África Austral, «a construtora fez pagamentos separados ao falecido Presidente, de tão baixos quanto um milhão de kwacha (cerca de 3.100 euros), até ao máximo de 10 milhões de kwacha (cerca de 31.000 euros)».
Questionada pela agência Lusa sobre este assunto, a sede da construtora em Lisboa remeteu para um comunicado assinado pelo responsável da Mota Engil Malawi, Antonmarco Zozi, que reconhece depósitos de 13.5 milhões de kwacha (cerca de 42 mil euros) em contas de Mutharika, mas refere que se trataram de doações, de patrocínios e compra de livros.
«O Nation viu cheques pagos no total de 13.5 milhões de kwacha» (cerca de 42 mil euros), acrescenta o jornal, na sua edição de 24 de Agosto, citando números de cheques depositados em várias contas de Muitharika, falecido este ano e cuja fortuna está a ser objecto de investigação.
No comunicado enviado à Lusa, a Mota Engil Malawi explica que o cheque no valor de 10 milhões de kwacha foi uma prenda de casamento do então Presidente, «publicamente anunciada para todos os presentes e transmitida em directo para o país», diz o comunicado.
O documento justifica que o cheque de 2,5 milhões de kwacha «representou o patrocínio da publicação de um livro (de autoria de Mutharika, intitulado ‘The Africa Dream: From Poverty to Prosperity’), pedido a muitas outras empresas», e que o cheque de 1 milhão de kwacha se destinou à compra de 10 volumes da mesma obra.
Presente no Malawi desde 1990, a Mota Engil é hoje uma das principais construtoras no país, com obras de grande envergadura como a actual construção de um troço de caminho de ferro, adjudicado pela mineira brasileira Vale.
A empresa está envolvida na construção de estradas nacionais, do porto fluvial de Nsanje, e está a construir, para exploração própria, uma mina de urânio no país
Segundo o jornal, a Mota Engil construiu a mansão presidencial Villa Casablanca e um edifício que inclui um mausoléu, numa quinta, onde estão os corpos de Mutharika e de uma sua anterior mulher.
A construção deste edifício, descrita pelo diário Nyasa Times como um projecto «controverso e multimilionário ao estilo da Casa Branca», provocou críticas da sociedade civil do Malawi, que, em Agosto de 2011, exigiu um inquérito.
Nessa altura, quando grandes doadores internacionais, como EUA e Reino Unido, romperam com o regime de Mutharika, a fortuna do então Presidente - ao qual o mesmo jornal associava «mansões em Hong Kong e Portugal» - era um flagrante contraste com a crescente pobreza do país.
Após a sua morte, a nova Presidente, Joyce Banda, restabeleceu relações com os antigos aliados, aproximou-se de Moçambique e relaxou legislação anti-manifestações e anti-homossexuais.

Fonte: Lusa/SOL
 
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