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Querer é poder ou de como o cérebro comanda a motivação

billshcot

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Nov 10, 2010
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Concluídas as férias chega a altura de regressar ao trabalho ou às aulas. Alguns pensam: “Que bom! Já não sabia o que fazer”. Outros dirão: “Nem acredito que já acabaram, não apetece nada voltar”. No entanto, porque o dever e a responsabilidade assim o exigem, todos o fazem. Mas não seria muito melhor se todos estivéssemos super motivados em regressar ao trabalho após as férias? Isso só depende de nós! Querer é poder! Coisas do cérebro!

* Licenciada em Biologia Microbiana e Genética pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e doutorada em Neurociências pelo King's College London em 2009.
Contrariamente aos outros animais, como o cão ou o gato, que apenas são capazes de reagir aos estímulos externos (reactivos), o homem tem a grande capacidade de ser proactivo. De fazer algo por si. O homem tem a capacidade de criar um modelo do mundo, não como ele é, mas como ele quer que seja.



Concluídas as férias chega a altura de regressar ao trabalho ou às aulas
A este modelo podemos chamar “esforço mental” porque está na sua mente, está imaginado. No entanto, ter só o desejo de alterar esse mundo não chega, é preciso querer, estar motivado! É preciso colocar um “esforço físico” para alcançar o seu objectivo. Acção! Sem motivação muito dificilmente conseguiremos ultrapassar desafios, simples ou complexos. Quaisquer que sejam, inclusivamente vencer a inércia para ir trabalhar ou ir para as aulas.

É claro que muitas vezes a motivação está intimamente relacionada com o incentivo, seja monetário ou de cariz mais pessoal. Por exemplo, prestígio social para um atleta de alta competição ou simplesmente ambicionar entrar na faculdade ou ter no futuro uma carreira profissional bem sucedida.

E se eu vos disser que no cérebro existe uma pequena estrutura que comanda a motivação? Que comanda tanto o “esforço mental” como o “esforço físico”? Pois é, chama-se Estriado Ventral. Esta região é muito pequena e encontra-se mesmo no meio do cérebro! Os neurónios desta região, recebem informação do córtex (área onde desenvolvemos o “esforço mental”, o desejo “vou ser um profissional de sucesso”) e enviam esta informação para uma região do córtex motor (responsável pela acção: “O que vou fazer para me tornar um profissional de sucesso?”).

Estes processos são químicos e um simples desejo aliado a uma recompensa pode ser crucial para a motivação disparar. Estas áreas do cérebro tornam-se mais activas! E esta recompensa pode não ser monetária mas de realização pessoal.

Quer assim parecer-me que vale a pena estar motivado pelo trabalho/estudo quando se tem um objectivo em mente e se está focado. Vale a pena procurar o “nosso incentivo pessoal”, o que nos mantém naquele trabalho. Pode ser por estarmos à procura de um trabalho melhor, pode ser por termos as contas para pagar e precisamos estar «ali» até tudo melhorar, mas também pode ser por termos um plano B de um dia montar um negócio. Precisamos de trabalhar para ganharmos competências e evoluir sempre em direcção ao nosso foco, ao nosso “esforço mental”.

A minha experiência, que não é muita, diz-me que mantendo o foco rumo ao meu desejo, tudo à volta pode estar a desmoronar-se, mas eu sei porque estou naquele caminho, porque tenho um propósito pessoal comigo mesma! E estou motivada! E nisso o meu cérebro ajuda-me porque eu quero.

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