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FMI: Reduzir salários simplesmente 'não vai resultar'

florindo

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Abebe Selassie, chefe da missão do FMI para Portugal, fotografado aquando da sua última visita ao país, na passada semana
O chefe da missão do FMI na ‘troika’, o etíope Abebe Selassie, admitiu, em entrevista hoje ao jornal Público, que a economia portuguesa «não vai sobreviver» apenas com austeridade, sendo imperativas «reformas que melhorem a produtividade». «Sempre disse que era muito importante ter uma melhoria da produtividade e uma contenção salarial. Mas se houver apenas austeridade, a economia não vai sobreviver. É imperativo que tenhamos também reformas que melhorem a produtividade. Boa parte do esforço do programa é nesse sentido. Resolver o problema da competitividade simplesmente reduzindo os salários não vai resultar», afirmou.
Abebe Selassie deslocou-se a Portugal no âmbito da quinta avaliação da ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) ao plano de ajustamento da economia portuguesa, concluída na terça-feira, de que resultou um adiamento das metas para reduzir o défice.
O Governo anunciou, entretanto, novas medidas de austeridade, incluindo a redução da Taxa Social Única (TSU) paga pelas empresas e o aumento das contribuições dos trabalhadores para a segurança social.
Na entrevista ao Público, Abbe Selassie negou que a redução da TSU tenha sido uma exigência da ‘troika’ para conceder mais um ano ao plano de ajuda a Portugal.
«Houve várias medidas orçamentais discutidas no âmbito do Orçamento do Estado (OE) de 2013. A Taxa Social Única foi uma delas. Mas, não, não foi nenhuma condição para mais nada. Foi uma ideia posta sobre a mesa. Achamos que é razoável e apoiamo-la», afirmou.
Segundo Selassie, o Governo decidira anteriormente não avançar com o corte da TSU, mas a ideia foi retomada «na sequência da decisão do Tribunal Constitucional sobre os cortes dos subsídios».
Selassie disse também que a ‘troika’ está convencida de que esta medida «irá suportar a procura de emprego», embora reconhecendo que terá impacto sobre os rendimentos disponíveis.
«Imagino que esta seja uma das medidas mais difíceis que o Governo já tomou até aqui. E insisto: nesta conjuntura, qualquer outra medida que tivesse sido tomada teria gerado o mesmo debate», disse.
O chefe da missão do FMI rejeitou que Portugal esteja a ser sujeito a uma experiência económica e disse que o ajustamento orçamental se deve aos «desequilíbrios perigosos que a economia portuguesa acumulou desde 2001».
Sobre a possibilidade de o PS votar contra o Orçamento de Estado, Selassie disse que «a base alargada de consenso social e político é importante», mas que se trata de «uma questão de política doméstica interna».
«Vemos o programa a correr bem até ao momento. Portugal ganhou credibilidade crescente pela forma como o programa foi implementado», acrescentou.

Fonte: Lusa/SOL
 
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