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Portas sob pressão

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Líder do CDS-PP tem reservas sobre novas medidas e já ouve apelos a que saia do Governo. No PSD pede-se reunião urgente.Paulo Portas, segundo apurou o SOL, esteve em silêncio devido à circunstância de Portugal estar à beira de um chumbo na avaliação da troika.
Mas a avaliação já acabou, com sinal positivo. Agora, no CDS, diz-se que é preciso «avaliar as consequências internas e na vida das pessoas» das medidas anunciadas. Isso mesmo terá dito a Passos Coelho em São Bento, na quarta-feira. Na Assembleia, horas depois, Nuno Magalhães pediu a Gaspar margem para rever algumas medidas até à votação final do OE. No que respeita à TSU (e aos cortes salariais no Estado e sector privado), os centristas temem mais: que possa não passar no Tribunal Constitucional.
Hoje, no Conselho Nacional que convocou, a pressão sobre o número dois da coligação será enorme. Fontes próximas de Portas admitem uma ténue esperança de que uma força conjunta do CDS, UGT, patrões e sindicatos possam, com a ajuda de Cavaco, reverter a medida - mas a necessidade de trabalhar alternativas e o 'não' praticamente definitivo do PS ao OE não ajudam, sobretudo porque obrigam Passos a um enorme recuo público.
E se não for possível? «Se o CDS não serve para decidir e as suas opções não são tidas em conta, então para que serve estar no Governo?», questiona um alto dirigente do partido.
Na direcção, é claro, ninguém quer sair. Mas na reunião de amanhã Portas vai ouvir Pedro Pestana Bastos, da linha mais crítica, a pedir-lhe contas: «Quero ir lá saber se o CDS foi envolvido na decisão. Caso contrário, tem que dizer que não deve ficar no Governo», antecipa ao SOL. Mas até Bagão Félix deixou aviso semelhante: ou há «recuo», ou uma «ruptura governamental».

Reunião de urgência no PSD

Se dentro do CDS já se usam palavras como «fanatismo» para descrever a medida e «cabelos em pé» para descrever o ambiente no partido - e quem a propôs -, também nas bancadas do PSD se começa a ouvir o pior. Não só pela TSU, mas pelos dados do défice e pela nova carga de austeridade.
Mesmo assim, o apelo de Ferreira Leite a que deputados do partido votem «em consciência» o Orçamento, caso este fique na mesma, não colhem. Mas até à apresentação do Orçamento a pressão dentro do próprio PSD promete subir. Luís Rodrigues, membro eleito do Conselho Nacional do partido, escreveu a Passos pedindo uma reunião urgente do órgão máximo entre congressos - até aqui prevista apenas para o final de Outubro.
Rui Machete, histórico presidente do Conselho Nacional, juntou-se ao coro de críticas: «Discordo da generalidade das medidas». E há mais: das distritais têm chegado mensagens à sede explicando que as bases de apoio do partido estão em ruptura.

Popularidade em queda

Pelo meio de tudo isto, a popularidade de Passos Coelho e as intenções de voto no PSD começam a cair a pique. O barómetro mensal do Correio da Manhã/Aximage, publicado ontem, colocou pela primeira vez o PS*na frente, com 35,4%, e António José Seguro como o único líder partidário com nota positiva.
O estudo foi realizado antes do anúncio de Passos Coelho há uma semana, acentuando a preocupação no partido com os efeitos desta semana. Pedro Magalhães, investigador do Instituto de Ciências Sociais, publicou esta semana um estudo mostrando que os níveis de popularidade de Passos foram já os mais altos de lideranças passadas no PSD, mas admite que «é expectável uma queda na popularidade do primeiro-ministro».
O investigador explica que «durante o mandato há um ciclo de popularidade que vai descendo para depois voltar a subir». Nas circunstâncias actuais, nota Pedro Magalhães, «o Governo está limitado naquela que deveria ser a sua capacidade natural para gerir este ciclo por força do cumprimento do memorando de entendimento com a troika». Faltam três anos para o Governo cumprir mandato, mas o ciclo eleitoral começa já em 2013, com as autárquicas, prosseguindo em 2014 com as eleições europeias.

Fonte: SOL
 
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