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Portugueses 'desmotivados' gritam 'basta' junto ao Palácio de Belém

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Out 11, 2006
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A primeira fila de manifestantes, que se encontra no jardim em frente ao Palácio de Belém, é composta por pessoas «desmotivadas», mas «com o sonho» de permanecer em Portugal, apesar da actual crise.
Entre jovens a reformados são dezenas as pessoas que se dizem desmotivadas com a situação do país e que dão impulso à manifestação na linha mais perto do Palácio de Belém, onde ainda está reunido o conselho de Estado, juntando-se aos largos milhares espalhadas pelo jardim, muitas das quais com cartazes.
Iris Godinho, de 27 anos, tem formação na área musical, mas está com dificuldades em «chegar ao fim do mês» com dinheiro para sobreviver e por isso se juntou ao protesto contra as medidas de austeridade, tendo também marcado presença no sábado passado na manifestação de Lisboa.
«Queremos ficar em Portugal, queremos ser felizes cá», comentou à agência Lusa, não escondendo, contudo, algum desencanto pela situação actual do país.
Já Teresa Fonseca, de 62 anos e a poucos meses de se reformar, manifesta também preocupação pela situação do país, mas mais pelo futuro do filho e do neto.
«Devemos todos lutar. Estou aqui não só por mim, mais pelo meu filho e neto», explicou.
Fernando Martins, de 56 anos, e com 45 anos com descontos para a segurança social, sublinha o descontentamento da população, apresentando como exemplo as várias manifestações que têm acontecido no pais nas últimas semanas.
«Isto não está mau, está péssimo. As pessoas estão desmotivadas», comentou, mostrando desilusão pelo não cumprimento das promessas por parte do Governo.
As pessoas aproveitaram o protesto não só para mostrar o seu descontentamento com cartazes, mas também cantando várias canções de intervenção, entre as quais o «Acordai», de Fernando Lopes Graça com poema de José Gomes Ferreira, a «Internacional» e a «Grândola Vila Morena», de Zeca Afonso.
Mas ao longo da concentração nem só as canções de cariz político se têm ouvido. As pessoas aproveitaram para transformar o tema de António Variações «O corpo é que paga» em «O povo é que paga» ou para cantarem o tema dos Trabalhadores do Comércio «Chamem a polícia» em jeito de provocação à presença das dezenas de polícias que estão no local.
Junto a uma árvore, dois jovens instalaram uma banca, dizendo: «faça o seu próprio cartaz», iniciativa que alguns aproveitaram para preencher folhas A3 com o slogan que lhes ocorreu.
E foram muitos que o fizeram, havendo cartazes com «Estou farto de ser roubado», «Contra a precariedade, empregos de qualidade», «Rua: sou um miúdo que quer um futuro» e um escrito em em polaco, com a palavra «Solidarnosc».
Ao lado, um grupo de raparigas discutia qual o polícia da linha de segurança era o mais jeitoso para abraçar, uma conversa bem-disposta que uma senhora de mais idade interrompeu contando-lhes planos mais sinistros: «sabem que eu só não matei o Relvas porque não calhou».
«É verdade: todas as semanas vou almoçar à cantina da assembleia, como por 1.90 euros e ainda bebo a bica a 25 cêntimos. É muito bom, mas nunca a lá o encontrei», contou.
No protesto popular, pode também ver-se uma faixa contra a privatização da RTP e muitos cartazes com a cara de vários governantes, entre Passos Coelho e Vitor Gaspar, até do líder da oposição António José Seguro.
«Basta!» é uma das palavras mais comuns nos cartazes.
A concentração em frente ao palácio presidencial foi marcada pelo movimento «Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas», após as manifestações que reuniram, no sábado, centenas de milhares de pessoas em diversas cidades do país.
Além da vigília junto ao Palácio de Belém durante a reunião do Conselho de Estado, estão marcadas concentrações para outras 15 cidades portugueses, assim como em Londres.

Fonte: Lusa/SOL
 
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