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Meia centena de pessoas com deficiência em protesto junto ao Parlamento

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Vigília convocada pelo Movimento (d)Eficientes Indignados
Meia centena de pessoas com deficiência em protesto junto ao Parlamento

Vários cidadãos portadores de deficiência concentraram-se esta terça-feira em frente ao Parlamento para protestar contra os cortes nos apoios e a exclusão social de que dizem ser alvo.
A vigília de protesto foi convocada pelo Movimento (d)Eficientes Indignados e reuniu mais de meia centena de pessoas, entre as quais muitos cidadãos portadores de deficiência, familiares e outros apoiantes da causa.

O grupo Homens da Luta, que representou Portugal no Festival da Eurovisão em 2011, aderiu à iniciativa, com um concerto em frente ao Parlamento, dedicado aos membros do Governo.

O objectivo da iniciativa, explicou à agência Lusa Jorge Falcato Simões, é denunciar os vários cortes em apoios de que têm sido alvo os milhares de portugueses com deficiência, que dificultam o seu dia-a-dia.

O responsável do movimento considerou “insuficiente” o reforço de um milhão de euros do financiamento aos produtos de apoio a cidadãos com deficiência, anunciado na segunda-feira pelo Governo.

Falcato Simões explicou que houve uma “redução significativa” naquilo que eram as verbas afectas, em 2011, e o valor que está disponível este ano para a concessão dessas ajudas. “O que nós exigimos é que seja reposta a totalidade do orçamento do ano passado”, frisou.

O activista explicou que outra revindicação dos manifestantes tem a ver com o corte dos benefícios fiscais decidido em 2007 durante o governo liderado por José Sócrates. “Nessa altura, os partidos actualmente no poder [PSD e CDS] estavam na oposição e lutaram connosco e apoiaram as nossas posições” a exigir a reposição desses benefícios, recordou.

Por isso, Falcato Simões exige coerência com as posições então assumidas pelos partidos, instando o Governo de coligação a apresentar as propostas que fez aquando da discussão do Orçamento de Estado de 2009. “Não se pode ter uma atitude na oposição e uma outra quando se está no poder”, vincou.

Várias pessoas em cadeiras de rodas, e uma que se encontra numa cama, concentraram-se junto às grades que a polícia colocou ao fundo das escadarias de acesso ao Parlamento. Prometeram não sair do local enquanto não fossem recebidos pelo Governo.

Manuela Ralho, 45 anos, que se desloca numa cadeira de rodas, explicou à Lusa que aderiu ao protesto pela falta de verbas no financiamento dos produtos de apoio, mas também por várias outras razões. “Isto não tem só a ver com as ajudas técnicas ou [cortes nos] benefícios fiscais. Venho aqui porque existe imensa gente escondida que não tem voz, e é por eles que nós estamos cá hoje”, afirmou.

A mulher justificou a sua presença também com o facto de haver “imensas barreiras” que impossibilitam a mobilidade, a continuação dos cortes no ensino especial e a exclusão dos deficientes por parte dos empregadores.

Eduardo Jorge, um dos presentes, acamado e com 90% de incapacidade devido a um acidente de automóvel, disse à Lusa que teve de “pagar balúrdios” para poder deslocar-se de Abrantes até ao local onde decorre a manifestação e promete pernoitar junto ao Parlamento. “Eu hoje vou dormir cá, vou ficar cá o tempo que for preciso até que nos recebam”, garantiu, lamentando que os manifestantes não tivessem ainda sido recebidos por responsáveis políticos.

As pessoas que “estão lá em cima” e mandam neste país, disse, apontando para o edifício da Assembleia da República, “deviam saber o que nós passamos”, explicando que a sua reforma de 410 euros “não dá para nada”.


Fonte: PUBLICO
 
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